São Paulo, sexta-feira, 13 de maio de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"Com a greve, aprendemos ainda menos"

PAULO SILVA PINTO; CLÁUDIA PAS
DA REPORTAGEM LOCAL E DO BANCO DE DADOS

Enquanto os professores se preocupam com os salários do mês que vem, a greve aumenta a insegurança do estudante Sérgio Nakano, 16, que vai prestar vestibular para direito no fim do ano.
"Quando começa o ano a gente já sabe que não vai ver todo o programa de uma matéria porque escola estadual é mais fraca. Com a greve, aprendemos menos ainda", diz.
Nakano estuda na Zuleika de Barros, na Pompéia (zona oeste), uma das escolas que aderiram à greve. Ele está na rede estadual desde a 1ª série do 1º grau.
"Mesmo quando eu era criança, não gostava de greve. Não dá para viajar, porque a gente tem que ficar acompanhando a greve."
Sua colega Juliana Drostoski, 17, diz que nem se deu ao trabalho de assistir aulas de reposição da greve de 93. "Fui a uma aula e vi que o professor estava só tirando dúvidas. Não tinha nada de novo."
Nos últimos 15 anos houve cinco grandes greves de professores da rede. Só essas paralisações somadas resultam em 270 dias –mais que um ano letivo.
Em maio de 79 encerrava-se a primeira grande greve de professores desde o início do regime militar. Durou 37 dias.
Em 1988, durante o governo Quércia, o magistério público participou de duas paralisações que resultaram em 49 dias de greve naquele ano.
Mas nenhuma greve superou a de 1989, que teve 80 dias. Em 92 ocorreu a primeira greve do governo Fleury.
Os professores pararam 25 dias. Em 93, pararam por 79 dias.
(Paulo Silva Pinto e Cláudia Pas)

Texto Anterior: Carro oficial é utilizado em festa particular para secretário
Próximo Texto: Represa é praia de pescador urbano
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.