São Paulo, sexta-feira, 13 de maio de 1994
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Captação da poupança cresce 0,69%

DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar das incertezas que rondam a poupança com a chegada do real e das vantagens de outras aplicações, a captação líquida (depósitos menos retiradas) das cadernetas cresceu 0,69% na primeira semana de maio.
Os depósitos superaram os saques em CR$ 204,488 milhões, o que elevou o saldo das cadernetas para CR$ 33,773 trilhões.
Os dados são da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança).
"Não sei explicar o crescimento. Falou-se muito que a melhor opção era o fundo de commodities, mas os poupadores não deixaram a caderneta", diz João Batista Gatti, presidente da entidade.
Em abril, a captação líquida da poupança foi negativa em 0,48%. Significa que com relação a março os bancos deixaram de captar CR$ 99,322 milhões.
Para os próximos meses, há dúvidas sobre se a poupança aguentará a concorrência.
Em junho (crédito em julho), está prevista uma redução nas taxas nominais de rendimentos, como consequência da nova realidade econômica, que projeta queda drástica da inflação.
O presidente da Abecip acredita que os rendimentos da poupança permanecerão vinculados à TR (Taxa Referencial).
A TR é calculada com base nos juros dos CDBs prefixados (que embutem expectativa de inflação).
Com inflação baixa e sem saber qual será o juro na nova moeda, o mercado acha que os negócios em CDBs sairão prejudicados.
Essa indefinição atinge o rendimento da poupança. Por isso o governo já previu a utilização do CDI (negócios entre os bancos).
Apesar de a taxa média do CDI estar abaixo da do CDB, Gatti afirma que isso não causará perdas ao rendimento da poupança.
Para deixar a taxa da poupança, que é isenta de impostos, próxima à das demais aplicações, que pagam IR sobre o rendimento que supera a Ufir, o governo precisaria aumentar o redutor que entra no cálculo da TR (hoje de 1,2%).

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