São Paulo, sábado, 14 de maio de 1994 |
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Dissidentes questionam acordo
EMANUEL NERI
Sem o PSDB da Bahia, que já anunciou seu apoio ao petista Luiz Inácio Lula da Silva, os dissidentes tucanos fazem hoje um último esforço para barrar a coligação com o PFL. Na última quarta-feira, os dissidentes tucanos entregaram petição à direção do partido questionando a legalidade da aliança. Segundo eles, o estatuto peessedebista veta coligações com partidos cujos programas não tenham identidade com o do PSDB. Os dissidentes ameçam apelar à Justiça caso a direção do partido não acate o pedido. O argumento é o de que, enquanto o programa do PSDB defende a presença do Estado em setores como educação, saúde e habitação, o do PFL defende a participação da iniciativa privada nessas áreas. Como o PSDB dificilmente dará ouvidos às queixas dos dissidentes, restará a eles o caminho da Justiça e dos protestos na convenção de hoje, em Contagem (MG). Em pelo menos dez diretórios estaduais do PSDB há insatisfação com a aliança. Mas devem ser poucos os que tentarão dificultar os trabalhos da convenção. Os protestos devem ficar por conta dos principais líderes da dissidência. Com a ausência dos baianos, o senador Dirceu Carneiro (SC) comandará o coro dos rebelados.O deputado federal Tuga Angerami (SP) é outro que terá papel importante no ataque à coligação. Há três tipos de dissidentes no PSDB. O primeiro bloco é formado por aqueles que já aderiram a outra candidatura –é o caso dos baianos. O segundo é integrado por tucanos que não aceitam a aliança, mas vão à convenção para tentar impedi-la. Esse é o caso do PSDB de Santa Catarina. Dirceu Carneiro diz que, oficializada a aliança, o grupo vai decidir o que fazer –uma das alternativas pode ser o apoio a Lula. Fazem parte desse grupo Tuga Angerami e Cândido Mendes (RJ). O terceiro bloco, mais numeroso, é formado por aqueles que discordam da aliança e votarão contra ela, mas apoiarão FHC em qualquer situação. É o caso dos deputados Fábio Feldmann (SP) e Sigmaringa Seixas (DF), dos prefeitos de Teresina (PI), Wall Ferraz, Natal (RN), Aldo Tinoco, e Vitória (ES), Paulo Hartung. Os gaúchos, liderados pelo deputado Adroaldo Streck, integram o mesmo grupo. Ontem, Cândido Mendes, candidato a deputado federal pelo PSDB do Rio, disse que a proposta de coligação de seu partido com o PFL é ilegal do ponto de vista dos estatutos dos tucanos. Mendes afirmou que hoje, na convenção em Contagem (MG), vai defender a proposta de aliança do PSDB com Lula, candidato do PT. Para Mendes, o PFL é "um partido de coronéis oligárquicos". Colaborou a Sucursal do Rio Texto Anterior: 'Só é possível o avanço pelo centro' Próximo Texto: 'Aliança mancha a história do PSDB Índice |
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