São Paulo, segunda-feira, 16 de maio de 1994
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Metade da cidade ficou sem luz e água

DA REPORTAGEM LOCAL

As três vítimas fatais do vendaval que devastou Ribeirão Preto na noite de sábado foram soterradas.
A aposentada Carmen Paiva Fernandes, 77, morreu soterrada depois que sua casa, na Vila Virgínia, desabou.
Luzia da Silva, 32, e seu filho Alexandre José da Silva, 12, também morreram com desabamento de uma casa no bairro do Ipiranga.
Depois da chuva, 50% das casas ficaram sem energia elétrica. Os estoques de velas se esgotaram.
A CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) prevê que a situação será normalizada hoje à tarde.
Apenas 25 dos 76 poços artesianos do Daerp (Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão Preto) estavam funcionando e abastecendo 25% dos moradores. Não há previsão da normalização.
O salão social do Clube Mogiana, na Vila Virgínia, de 1.200 metros quadrados, foi totalmente destruído com o desabamento do teto.
Na hora do acidente, cerca de 150 pessoas estavam em um baile no local. Uma pessoa ficou ferida.
Na igreja Santo Antonio Maria Gorete, no Ipiranga, cerca de 400 pessoas participavam de um bingo na hora da chuva. O teto desabou.
Duas pessoas ficaram feridas. Segundo o frei Humberto Nogues Feriatto, 24, as vítimas foram socorridas pelo Corpo de Bombeiros.
O chão do estacionamento da rodoviária de Ribeirão, no centro da cidade, ficou forrado ontem de andorinhas mortas no temporal.
A Secretaria de Esportes de Ribeirão Preto reservou uma parte do ginásio da Cava do Bosque (centro) para abrigar vítimas.
Segundo Dácio Campos, secretário de Esportes, a estimativa é de 500 famílias desabrigadas.
Muitos dos desabrigados estavam com receio de deixar suas casas expostas à ação de ladrões.
Na favela das Mangueiras (zona oeste), cerca de metade das casas foi destelhada pelo vento.
Na casa do pedreiro Valdecir Procópio, 50, três cômodos desabaram. Joaílson de Aguiar Sena, que morava em um dos cômodos, teve ferimentos nas costas.
Ele se protegeu com uma coberta e tentou sair de baixo dos tijolos, ainda durante a chuva.
Segundo ele, o vento era tão forte que foi arrastado para um terreno baldio na lateral da casa.
"Quando me dei conta, estava segurando num poste, fiquei com medo e tentei voltar", afirmou.

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