São Paulo, segunda-feira, 16 de maio de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Artilharia

CIDA SANTOS

A Liga Mundial desembarca em terras brasileiras neste final de semana. Vai ser um confronto de opostos no Rio de Janeiro. O Brasil tem a melhor campanha do Grupo B, com quatro vitórias e apenas um set perdido. Os Estados Unidos têm uma matemática inversa a dos brasileiros e são a decepção: em quatro partidas conseguiram ganhar apenas um set.
É muito pouco para quem foi medalha de bronze na última Olimpíada e planeja montar um time capaz de lutar pela medalha de ouro nos Jogos de Atlanta em 96.
Nas suas quatro primeiras partidas pela Liga Mundial, a seleção brasileira mostrou um saque totalmente demais, que deu trabalho a gregos e a búlgaros.
Vamos aos números. Sábado, no último jogo contra a Grécia, dos 45 pontos assinalados pelo Brasil, 13 foram de "aces". Ou seja, aqueles saques sem defesa.
Sabe lá o que é isso? O Brasil praticamente ganhou um set só com pontos diretos de saque. Tande e Carlão foram os mais eficientes. Cada um marcou quatro pontos com o "Viagem ao Fundo do Mar", saque que mais parece uma cortada.
O técnico José Roberto Guimarães mexeu no time e também pôde testar algumas possibilidades.
Colocou Douglas no lugar de Paulão na equipe titular. Com essa mudança, o Brasil ganhou mais alternativas de ataque. Ficou com cinco jogadores atacando do fundo da quadra. Uma artilharia capaz de enlouquecer qualquer bloqueio. Essa mudança deu certo contra a Bulgária.
Nas partidas contra a Grécia foi a vez de Paulão mostrar o seu valor. Embora não ataque do fundo da quadra, ninguém também bloqueia como ele. No primeiro jogo contra os gregos, por exemplo, quando o Brasil perdia por 14 a 13, Paulão entrou no lugar de Douglas e fez três pontos seguidos de bloqueio que deram a vitória ao Brasil no primeiro set. Não saiu mais da quadra.
O que mais chama atenção são as diversas possibilidades de montar o time. Não à toa, todos os olhos nesta temporada estão sobre a seleção brasileira. Logo após a final da Liga Mundial de 93, o técnico da seleção italiana, Julio Velasco, já iniciou as negociações para marcar alguns amistosos contra o Brasil. Segundo ele, esse seria o melhor caminho para sua equipe assimilar o jogo brasileiro. Velasco conseguiu marcar três amistosos para agosto.

Texto Anterior: Indiana bate Atlanta duas vezes no final de semana
Próximo Texto: Seleção volta invicta e líder da Liga Mundial
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.