São Paulo, segunda-feira, 16 de maio de 1994
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Família Barrichello sai aliviada do GP

CLÓVIS ROSSI; ANDRÉ LAHOZ
DOS ENVIADOS ESPECIAIS

A expectativa era grande para Rubão, o pai de Rubens Barrichello. A corrida de Mônaco era a primeira após o acidente de seu filho. A frustração foi dupla com o resultado da corrida.
A primeira, maior, ocorreu na volta número 27. Rubão já havia dito: "Se eu sou o Rubinho, parava nos boxes só para sair deste bolo de carros. Quando eles tiverem que parar, ele passa".
A parada foi, portanto, comemorada. Mas só até perceber que tinha ocorrido algum problema.
A partir daí, a torcida foi toda para Christian Fittipaldi. Torcida que aumentou momentos depois, com a chegada do filho Rubinho ao "motorhome" da Jordan.
Entre um sanduíche e várias explicações, Rubinho não tirava os olhos da televisão que mostrava a corrida que se desenvolvia a poucos metros dali.
Mas na volta 47 a imagem de Christian surgiu clara na televisão. Estava fora do carro. Foi aí então a segunda decepção da tarde, também para o piloto. Momentos antes, ele havia afirmado: "Hoje o Christian pega pódio".
Mas o pai tinha motivos para estar contente. Pouco antes da prova, confidenciava que estava um pouco mais nervoso do que o normal.
Afinal, o filho tinha voado de encontro ao muro a 250 km/h há 15 dias. O pai estava aflito para que passasse logo este GP, o primeiro após o acidente.
Além disso, a morte de Ayrton Senna abalou muito o lado emocional do filho. Ainda durante a corrida, no "motorhome", Rubinho recebeu duas grandes fotos de Senna de presente.
Antes de abrir o pacote, imaginando qual seria o seu conteúdo, disse: "Vou ter que chorar de novo". De fato, seus olhos se encheram de lágrimas ao abrir o pacote e desenrolar as fotos.
Rubinho então decidiu que iria fazer um grande pôster com uma das fotos e daria a outra de presente ao pai. "Ainda é muito difícil ver o retrato de Senna, mas acho que no futuro será uma coisa legal ter a foto de meu ídolo."
Mais tarde, o piloto se emocionou novamente. Ficou especialmente feliz ao ver uma das pessoas que pedia seu autógrafo usando uma camiseta com a sua foto impressa. Mais feliz ao saber que essa pessoa havia mandado fazer a impressão.
Foi uma forma de Rubinho esquecer as decepções do dia em Mônaco.
(CR e ALh)

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