São Paulo, quarta-feira, 18 de maio de 1994 |
 |
|
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Morgan Freeman disseca o apartheid em estréia na direção
DANIELA ROCHA
O filme é recheado de dramas de consciência e de muita violência, que explicitam o horror do apartheid –regime segregacionista que vigorou durante mais de 40 anos no país. "Bopha!" (que em zulu tem o duplo significado "pare!" ou "prisão") é a história do policial negro Micah (Danny Glover, conhecido pela série de filmes "Máquina Mortífera"), que acha que está agindo corretamente, mesmo sendo conivente com o sistema de segregação do país onde vive. O filme se passa em 1980, mas tem como conflito central uma referência ao Levante de Soweto –estudantes protestaram quando o africâns foi decretado como língua oficial, em 1976. A cena mostra os estudantes da cidade de Moroka saindo da escola porque se recusavam em ter aulas em africâns. O protesto desencadeia a onda de violência na cidade. E ao mesmo tempo, incita novos protestos pacíficos em que negros clamam por igualdade, e são sempre reprimidos pela polícia. O filme foi gravado em Harare (capital do Zimbábue, país vizinho da África do Sul). Teria sido melhor contextualizado se fosse feito no país do apartheid. Mas isso não chega a descaracterizar uma história que tem sua força em leis segregacionistas abusivas, e em interpretações de destaque de Danny Glover e Malcolm McDowell –como De Villiers. O que parece é que o assunto apartheid, mesmo extinto na prática, ainda pode render muito em grandes produções. Só depende do poder de faro da indústria cinematográfica perceber que o Vietnã dos próximos anos fica na África do Sul. Título: "Bopha- À Flor da Pele" Direção: Morgan Freeman Elenco: Danny Glover e Malcolm McDowell Ano de Produção: 1993 Duração: 109 minutos Lançamento: CIC Vídeo Texto Anterior: Andy Wahrol ganha museu nos EUA Próximo Texto: Bem e mal flertam em `Na Linha de Fogo' Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |