São Paulo, sábado, 21 de maio de 1994
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Casal Clinton admira primeira-dama

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O presidente dos EUA, Bill Clinton, e a primeira-dama, Hillary, estabeleceram relações cordiais com Jacqueline Kennedy Onassis desde que assumiram o poder em janeiro de 1993.
Hillary disse ontem ser muito grata a Jackie pelos conselhos que ela lhe deu sobre as dificuldades de se criar filhos na Casa Branca e como superá-las. Clinton chamou Jackie de "amiga muito querida".
O casal Clinton parecia genuinamente comovido em sua entrevista coletiva nos jardins da Casa Branca, pouco antes de viajar para a Califórnia. Logo após embarcarem, Bill e Hillary telefonaram do avião presidencial para os filhos e o namorado de Jackie para expressar condolências.
Clinton colocou o governo dos EUA à disposição da família de Jackie para qualquer necessidade na preparação do funeral.
Embora nada tenha sido divulgado ontem sobre o enterro, sabe-se que John Jr. e Caroline, cumprindo desejo da mãe, vão recusar cerimônia com honras de Estado e limitar ao máximo o acesso de pessoas de fora da família. Mas é certo que o presidente Clinton e a primeira-dama serão convidados.
Os Kennedy foram os ídolos da juventude dos Clinton. Não é coincidência que haja tantas semelhanças de estilo entre os dois casais.
Para os Clinton, a recepção que ganharam de Jackie no ano passado na praia de Martha's Vineyard, Massachusetts, foi como a realização de um sonho, seu ingresso em Camelot, como o governo Kennedy foi chamado.
"Mais do que qualquer mulher do seu tempo, ela cativou a nação e o mundo com sua inteligência, elegância e graça", disse Clinton.
"Se ela nos ensinou alguma coisa, foi a reconhecer o sentido de responsabilidade, pela família e pela comunidade. O dom de sua graça, de sua dignidade é um exemplo que vai perdurar pelos tempos", disse Hillary.
Não deixou de haver uma certa melancolia nos Clinton quando faziam essas declarações. Bill e Hillary têm tentado ser os Kennedy do final do século. Mas as coisas não têm saído conforme os planos.
John e Jacqueline Kennedy nunca foram vistos como santos por seus contemporâneos. Sobre ele, pesavam graves suspeitas de infidelidade conjugal, ambiguidade, oportunismo. Sobre ela, de mercenarismo e frieza.
Mas as acusações que lhes eram feitas nem se comparam às mais graves, de conflito de interesses e quebra de leis, contra os Clinton.
Com a morte de Jacqueline, os EUA passam a ter cinco ex-primeiras-damas vivas: Lady Bird Johnson, 81, Rosalynn Carter, 66, Betty Ford, 76, Nancy Reagan, 80, e Barbara Bush, 69.
(CELS)

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