São Paulo, sábado, 21 de maio de 1994 |
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Casal Clinton admira primeira-dama
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
Hillary disse ontem ser muito grata a Jackie pelos conselhos que ela lhe deu sobre as dificuldades de se criar filhos na Casa Branca e como superá-las. Clinton chamou Jackie de "amiga muito querida". O casal Clinton parecia genuinamente comovido em sua entrevista coletiva nos jardins da Casa Branca, pouco antes de viajar para a Califórnia. Logo após embarcarem, Bill e Hillary telefonaram do avião presidencial para os filhos e o namorado de Jackie para expressar condolências. Clinton colocou o governo dos EUA à disposição da família de Jackie para qualquer necessidade na preparação do funeral. Embora nada tenha sido divulgado ontem sobre o enterro, sabe-se que John Jr. e Caroline, cumprindo desejo da mãe, vão recusar cerimônia com honras de Estado e limitar ao máximo o acesso de pessoas de fora da família. Mas é certo que o presidente Clinton e a primeira-dama serão convidados. Os Kennedy foram os ídolos da juventude dos Clinton. Não é coincidência que haja tantas semelhanças de estilo entre os dois casais. Para os Clinton, a recepção que ganharam de Jackie no ano passado na praia de Martha's Vineyard, Massachusetts, foi como a realização de um sonho, seu ingresso em Camelot, como o governo Kennedy foi chamado. "Mais do que qualquer mulher do seu tempo, ela cativou a nação e o mundo com sua inteligência, elegância e graça", disse Clinton. "Se ela nos ensinou alguma coisa, foi a reconhecer o sentido de responsabilidade, pela família e pela comunidade. O dom de sua graça, de sua dignidade é um exemplo que vai perdurar pelos tempos", disse Hillary. Não deixou de haver uma certa melancolia nos Clinton quando faziam essas declarações. Bill e Hillary têm tentado ser os Kennedy do final do século. Mas as coisas não têm saído conforme os planos. John e Jacqueline Kennedy nunca foram vistos como santos por seus contemporâneos. Sobre ele, pesavam graves suspeitas de infidelidade conjugal, ambiguidade, oportunismo. Sobre ela, de mercenarismo e frieza. Mas as acusações que lhes eram feitas nem se comparam às mais graves, de conflito de interesses e quebra de leis, contra os Clinton. Com a morte de Jacqueline, os EUA passam a ter cinco ex-primeiras-damas vivas: Lady Bird Johnson, 81, Rosalynn Carter, 66, Betty Ford, 76, Nancy Reagan, 80, e Barbara Bush, 69. (CELS) Texto Anterior: Berlusconi consegue voto de confiança; Bancada de Jirinovski protesta na Rússia Próximo Texto: Maior contribuição foi às artes Índice |
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