São Paulo, segunda-feira, 23 de maio de 1994 |
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CUT decide não dar apoio formal a Lula
CRISTIANE PERINI LUCCHESI
Foi feito um acordo com todas as correntes, exceto com a trotskista Causa Operária (menos de 1% dos 1.918 delegados presentes), de aprovação do texto base proposto pela executiva da central. Ele prevê que "cada dirigente sindical deve se envolver como cidadão nessa disputa (eleitoral), participando da campanha, organizando comitês dos seus candidatos nos locais de trabalho". A emenda proposta pela corrente trotskista minoritária O Trabalho, de criação de um fundo sindical de apoio a Lula, com dinheiro das entidades, foi rejeitada. O Congresso aprovou, no entanto, um manifesto/abaixo-assinado, que afirma que os delegados do Congresso da CUT apóiam Lula. O manifesto conclama os dirigentes sindicais presentes a se engajar efetivamente na campanha eleitoral, "com destaque para a organizacão de comitês pró-Lula presidente em cada categoria". Apesar de não ter aprovado o apoio formal a Lula, o 5º Congresso da CUT, que começou dia 19, mostrou que a quase totalidade dos integrantes da central vai se esforçar para elegê-lo. Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, foi explícito em seu discurso de posse como novo presidente da central, na tarde de ontem: "Vamos trabalhar para eleger o Lula presidente. Essa é uma responsabilidade que todos vocês têm enquanto representantes dos trabalhadores." Lula esteve presente em três dos quatro dias do Congresso e pediu que a CUT não tirasse o apoio político formal nem financeiro à sua candidatura. Foi sempre recebido com aplausos e gritos de "Brasil Urgente, Lula presidente". Vicentinho já convidou o presidente do PT a fazer campanha em sua base, no ABCD. Ex-presidente do sindicato dos metalúrgicos na região, Vicentinho chamou Lula a, no carro de som do sindicato, ir hoje para portas de fábrica da Ford e da Mercedes fazer campanha eleitoral. Texto Anterior: "Negrinho assumido" Próximo Texto: Mudança é para melhor, diz candidato Índice |
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