São Paulo, segunda-feira, 23 de maio de 1994
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Natureza ensina valor da paciência

PAULO COELHO
COLUNISTA DA FOLHA

O mosteiro da margem do rio Piedra está cercado por uma linda vegetação –verdadeiro oásis nos campos estéreis daquela parte de Espanha. Ali, o pequeno rio transforma-se numa caudalosa corrente e se divide em dezenas de cachoeiras.
Caminho por aquele lugar, escutando a música das águas. De repente, uma gruta –debaixo de uma das cachoeiras–, me chama a atenção. Olho cuidadosamente a pedra gasta pelo tempo, as belas formas que a natureza cria –porque tem paciência. E descubro, escrito em uma pequena placa, os versos de R.Tagore:
"Não foi o martelo que deixou perfeitas estas pedras, mas a água –com sua doçura, sua dança e sua canção."
Onde a dureza só faz destruir, a suavidade consegue esculpir.

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