São Paulo, segunda-feira, 23 de maio de 1994
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Relativa sanidade foi a maior conquista

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Hoje, pela última vez, agentes do Serviço Secreto dos Estados Unidos estarão trabalhando para Jacqueline Kennedy Onassis.
Suas relações com os agentes que a serviram foram muitas vezes conflituosas.
Durante os anos de poder, ela se queixava ao marido de ter sido colocada em estado de agitação sem necessidade, devido a informes pouco checados de tentativas de sequestro de seus filhos.
Depois do assassinato de John Kennedy, suas críticas ao trabalho do Serviço Secreto em Dallas foram gravíssimas.
Amigos dizem que ela costumava acusar os agentes de só terem se preocupado com a segurança do vice-presidente Lyndon Johnson que, argumentava ela, não foi alvo de ninguém.
No momento do atentado, fotógrafos e cinegrafistas registraram a cena de Jackie debruçada sobre a traseira do carro em que estava.
Muitos interpretaram sua ação como tentativa de ajudar um agente secreto que tentava subir no automóvel no momento em que ele disparava para o hospital.
Mas o que de fato aconteceu foi que ela foi buscar um pedaço do cérebro de John que a bala havia feito pular para trás, na ilusão de que seria possível encaixá-lo de volta à cabeça do marido.
Jackie dizia que sua maior conquista havia sido, após tantos traumas, ter se mantido "uma pessoa relativamente sã".
O único problema de personalidade mais grave que os amigos registravam nela, em especial até 1975, era um excesso de cuidados em relação à segurança dos filhos que, para muitos, se aproximava da paranóia.
Ela não confiava nos agentes secretos escalados para cuidar deles e estava sempre tentando supervisionar o seu trabalho.

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