São Paulo, sábado, 28 de maio de 1994
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Grupo ataca carro-forte no Butantã

DA REPORTAGEM LOCAL

Quinze homens armados com rifles e escopetas tentaram roubar ontem US$ 100 milhões de um carro-forte do Banespa (Banco do Estado de São Paulo), no Butantã (zona oeste de São Paulo).
O incidente ocorreu por volta das 9h45, no prédio da Administração Regional (AR) do Butantã, órgão da prefeitura. Era dia de pagamento de 300 funcionários.
O assalto foi impedido pela segurança do carro blindado. Houve tiroteio.
O carro-forte do Banespa estava estacionado no pátio interno quando um caminhão basculante –com homens armados na traseira– bloqueou o portão.
Os quatro seguranças, todos dentro do carro-forte, viram os homens dipararando suas escopetas calibre 12, rifles pesados e pistolas automáticas.
Os vigias também atiraram com revólveres e escopeta. Em pouco mais de cinco minutos, o carro-forte foi perfurado por dezenas de tiros nos vidros e na lataria.
Mesmo atirando, os seguranças permaneceram deitados no chão do carro-forte para se protegerem das balas. Os guardas Daniel Rodrigues, 39, e Valdir Lola da Silva, 28, se feriram no braço e perna.
Sem levar nada, os assaltantes fugiram em um Escort vermelho, uma Ipanema cinza e em outro caminhão, usado para bloquear um cruzamento próximo à AR.
Durante a fuga, testemunhas disseram que os assaltantes teriam levado uma criança como refém. A Polícia Militar não confirmou o sequestro e nenhuma queixa de desaparecimento de criança foi registrada na polícia até as 19h.
A polícia encontrou todos os veículos da fuga abandonados na zona oeste de São Paulo.
No Jardim Maria Luiza, onde foi achado o Escort, policiais militares invadiram a favela do Sapé.
Encontraram em um dos barracos os motoristas Antônio de Oliveira, 45, e Isaias de Souza, 29, proprietários dos dois caminhões Mercedes-Benz usados no assalto.
Oliveira e Souza foram sequestrados na quarta-feira passada na rodovia Raposo Tavares. Permaneceram em cativeiro na favela do Sapé, sob promessa de que seriam libertados após a realização de um "serviço" com os caminhões.
"Ficamos deitados de bruços três dias, com os rostos cobertos por camisas", disse Souza.
Também no barraco da favela do Sapé, foram presos Dino dos Reis Almeida, 27, e Kleber Martins da Silva. Segundo a PM, eles estariam vigiando os motoristas.
No barraco, a PM apreendeu um fuzil Fall –privativo das Forças Armadas brasileiras–, duas escopetas calibre 12, uma espingarda, um rifle e um revólver calibre 38.
Além das armas, a polícia encontrou no barraco um quilo de maconha prensada, munição e uma balança de precisão.

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