São Paulo, sábado, 28 de maio de 1994
Texto Anterior | Índice

Diminui ritmo de alta nos supermercados

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

Se os supermercados ainda precisam ajustar preços defasados, como dirigentes do setor alertaram, isto não ocorreu na última semana.
Os preços estão subindo menos e a média de reajuste na semana foi de 10,42%, após alta de 12,17% na anterior.
O mesmo ocorre nos hipermercados, que reajustaram seus preços em 8,64%, abaixo dos 10,48% da semana imediatamente anterior.
A correção acumulada em 30 dias fica em 48%. É o que mostra pesquisa do Datafolha realizada em 24 estabelecimentos de São Paulo nos setores de alimentos, produtos de higiene e de limpeza.
As vendas estão em queda e as promoções aumentaram. A queda de vendas em maio deve ser superior à taxa de 8% de abril, prevê Omar Assaf, da Associação Paulista de Supermercados.
Em busca de consumidores, os supermercados aumentam as ofertas. As promoções podem ser, também, efeitos de negócios mal feitos em URV, o que força uma desova rápida dos estoques.
Antes, um erro de compra podia ser compensado com ganhos no mercado financeiro. Hoje, com as compras em URV, os supermercados têm de desovar o quanto antes seus produtos nestes casos.
Outra pesquisa, mas só com alimentos básicos, mostra aceleração no ritmo de preços, provocada pelos aumentos de café, arroz e carne.
O custo dos alimentos básicos subiu 11,21% para os paulistanos, alta que confirma a tendência já verificada na semana passada.
A pesquisa engloba 23 itens. Apenas dois tiveram queda de preços: ovos e batata.
O sobe e desce das taxas de reajuste das últimas semanas deve continuar. Assaf diz que muitas indústrias ainda não estão negociando em URV.
Indústria e supermercados, informa ele, ainda não conseguiram se acertar em pelo menos um quarto dos 30 mil itens comercializados.
Este acerto deve chegar em momentos diferentes às prateleiras dos supermercados, o que provoca um desalinhamento de preços de uma loja para outra, afirma.
Um dos problemas a ser resolvido será o do leite, o único item que ainda ainda tem uma portaria que regula a margem bruta de venda em 11%, diz Assaf.

Texto Anterior: Cesta básica reacelera em URV, indica Dieese
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.