São Paulo, sábado, 28 de maio de 1994 |
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Romário é o craque da era dos megas
MATINAS SUZUKI JR.
Ele é o nosso primeiro jogador da era das megas-estrelas. É o jogador dos tempos do Michael Jackson, da Madonna, do Shaquille O'Neal. Ele são os donos dos superespetáculos. Eles são o hipershow. Ricos, invejados, maravilhosos. Mimados pelo mundo. E cheio de fricotes. That's all, Amaral. Meus amigos, meus inimigos, seria positivo que a imprensa esportiva conquistasse um novo avanço na cobertura desta Copa do Mundo, que vem por aí com o inverno das nossas esperanças. Em primeiro lugar, é preciso que, cada vez mais, o conceito da informação se imponha sobre o da emoção. Certo, não se pode –e nem se deve– evitar certa fervura das paixões neste momento. Mas o jornalismo esportivo brasileiro tem muito ainda a andar no aspecto informativo. A "ciência" do futebol cresce cada vez mais e se aproveita do desenvolvimento de outros terrenos. Técnicos e jogadores conhecem cada vez mais sobre os fundamentos e sobre as táticas a serem adotadas. A preparação física, a medicina esportiva, a alimentação, são temas cada vez mais explorados. Números e estatísticas também são ingredientes fundamentais hoje em dia para se analisar um jogo ou um torneio. O próprio leitor hoje, muitas vezes um praticante de esporte, quer mais objetividade. Esta talvez seja a última Copa em que o impressionismo e o subjetismo ainda serão o tema dominante na imprensa. Daqui para a frente, será necessário atenção para uma cobertura mais técnica. O esporte tende a ocupar a maior fatia da indústria do espetáculo. Os dois maiores mega-eventos do mundo são as Olimpíadas e a Copa de futebol. O esporte influência a moda e o comportamento. Portanto, a cobertura esportiva também tem que estar preparada para noticiar as grandes operações de marketing, o lançamento de novos hábitos de consumo e novos produtos etc. Acontecimentos como a Copa e a Olimpíadas foram fundamentais para difusão dos computadores de mão (lap-tops ou notebooks), por exemplo. Agora será a vez da foto digital, sem filme. Some-se a tudo isto a indústria de equipamento esportivo, com as suas matérias avançadas, seus produtos ultra-sofisticados que ajudam a melhorar o desempenho nas competições. Todo este elenco de assuntos traz informação nova de interesse para o leitor. Não dá mais para fazer jornalismo esportivo na base do "eu acho que fulano joga bem" ou que "beltrano é perna-de-pau". As informações explodem neste setor. Com esta Copa, chegou uma nova era para o jornalismo esportivo. "Agora a minha principal tarefa é a de evitar gols, em vez de fazê-los". "Nós já estamos no jogo de abertura da Copa. Agora nós iremos para o jogo final". Detalhe: o jogo de abertura é contra a Alemanha do novo kaiser Matthaeus. Com o Helena em Los Gatos, você vai ter que me aturar aqui todos os dias. Beijos e até amanhã. Texto Anterior: Parreira diz que definiu a equipe Próximo Texto: Parreira proíbe torcedores no treino Índice |
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