São Paulo, sábado, 28 de maio de 1994
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Berlusconi lança pacote econômico

DA "REUTER"

O governo do primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, lançou ontem um pacote econômico com o objetivo de combater o desemprego e tirar a Itália de sua pior recessão desde a Segunda Guerra.
Cerca de 500 bilhões de liras (US$ 312 milhões) serão destinados à criação de novos empregos e a ajudar na recuperação do setor da construção civil.
Berlusconi pretende criar um milhão de empregos nos próximos dois anos, reformar o sistema tributário e incrementar o processo de privatização das empresas estatais italianas.
Nos últimos dois anos houve uma diminuição de cerca de 150 mil empregos na construção civil, resultado da recessão e dos escândalos de corrupção.
Esses casos de corrupção praticamente eliminaram os políticos tradicionais da vida pública e permitiram a ascensão do atual governo, eleito em marçco passado.
Berlusconi, líder da "Força Itália", foi o grande vencedor das eleições deste ano e conseguiu chegar ao poder através de uma coalizão que inclui neofascistas e federalistas (ex-separatistas).
Com a descoberta dos escândalos, os governos locais decidiram adiar a construção de obras, de modo a não chamar a atenção dos juízes que participam do esforço anticorrupção.
Diversas acusações de subornos pagos a políticos por empresários estão sendo investigadas.
O ministro de Obras Públicas, Roberto Radice, disse que as novas medidas permitirão apressar os pagamentos das obras que já foram terminadas.
Segundo Radice, os empresários precisavam "desesperadamente" do desbloqueio dos contratos de construção.
O pacote anunciado ontem também incluiu medidas que facilitarão a contratação de empregados por pequenas empresas.
Atualmente, cada empresa tem que obter uma permissão oficial para contratar um novo funcionário, num processo que pode durar diversas semanas.
Essas medidas atendem a uma promessa de campanha de diminuir a burocracia, considerada por economistas italianos como um dos principais entraves à atividade econômica.
Com as novas regras, as pequenas empresas poderão fazer contratações com total liberdade.
Segundo o governo, o pacote não significa uma volta ao "velho estilo" de conquistar os empresários através da liberação de verbas.
A legislação anticorrupção, que prevê transparência nas licitações públicas, e as medidas anti-Máfia continuarão em vigor.

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