São Paulo, domingo, 29 de maio de 1994 |
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A TRAJETÓRIA DE BRIZOLA 1945 . Em agosto, Brizola filia-se ao PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) 1947 . Ainda estudante, é eleito deputado estadual com 3.839 votos. 1950 . No dia 1º de março, casa-se com Neusa Goulart, irmã do deputado estadual João Goulart. Um dos padrinhos do casamento é Getúlio Vargas. . Reeleito deputado estadual com 16.691 votos. Torna-se líder da bancada do PTB. 1951 . Perde para Ildo Meneghetti (PSD-UDN-PL) a disputa pela Prefeitura de Porto Alegre. 1952 . Nomeado secretário de Obras Públicas do governador Ernesto Dornelles (PTB). 1954 . É eleito deputado federal com 103.000 votos. 1955 . Eleito prefeito de Porto Alegre com 65.077 votos. Na Prefeitura, estimula a construção de escolas e leva água para bairros da periferia. 1958 . É eleito para o governo do Rio Grande do Sul com 670.003 votos, 55% do total. A coligação que elege Brizola inclui o PRP, agremiação dos integralistas, versão local do nazi-fascismo. O PRP ganha duas secretarias. 1959 . A administração de Brizola é marcada pela construção de 6.302 escolas. O governador tenta mexer na estrutura fundiária do Estado, incentivando acampamentos de sem-terras. 1961 . Comanda a cadeia da legalidade, que garante a posse de João Goulart na Presidência da República, derrubando o veto dos ministros militares. 1962 . Candidata-se à Câmara dos Deputados, desta vez pelo Estado da Guanabara. É eleito com 269.384 votos, a maior votação até então registrada para um deputado federal em todo o país. 1963 . Em 6 de janeiro, é derrotada em plebiscito a emenda que instituíra o parlamentarismo. Goulart torna-se o chefe de governo. . Na Câmara, Brizola apresenta um projeto de reforma agrária que prevê a desapropriação de terras com pagamento em títulos da dívida pública. . Em outubro de 63, a Frente de Mobilização Popular, movimento fundado por Brizola, distribui nota em que critica a "política de conciliação' de Goulart. 1964 . No comício de 13 de março de 1964, no Rio, Brizola critica "os poderes da República" que não decidiam a implementação das reformas de base. . Movimento Militar de 31 de março. Brizola é cassado e tem seus direitos políticos suspensos. . Em 3 de maio de 1964, Brizola escapa dos militares e foge para o Uruguai. Vestido com uma farda da Brigada Militar, ele é resgatado na praia de Pinhal, a 90 km de Porto Alegre, por Manoel Soares Leães, piloto do avião de Goulart. 1965 . No Uruguai, Brizola é confinado no balneário de Atlântida. Os filhos permanecem com a mãe, Neusa, em Montevidéu. 1968 . Após quatro tentativas frustradas, desiste de promover a luta armada no Brasil. 1973 . Seu filho João Otávio é preso no Rio acusado de portar maconha. 1977 . É expulso do Uruguai. O decreto de expulsão é assinado em 13 de setembro e determina que Brizola deve sair até o dia 21. . Consegue asilo nos Estados Unidos. Vai a Nova York e rompe o isolamento a que estivera condenado. Inicia contatos com a social-democracia européia. 1978 . Muda-se para Portugal. 1979 . Promove em Lisboa um encontro de trabalhistas visando reorganizar o PTB. . No Brasil, seu advogado, Wilson Mirza, detecta erros processuais e consegue a anulação das condenações impostas a seu cliente. Em 1978, havia no Superior Tribunal Militar 31 processos contra Brizola, com base na Lei de Segurança Nacional. . Anistiado, volta ao Brasil. 1980 . A Justiça Eleitoral concede ao grupo de Ivete Vargas a sigla PTB, reivindicada por Brizola. 1982 . Candidata-se ao governo do Rio pelo PDT (Partido Democrático Trabalhista). É eleito com 1.709.264 votos. 1983 . Internada, Neusa não comparece à posse do marido. . No governo, lança o programa dos Cieps (Centros Integrados de Educação Pública) e constrói o Sambódromo. . A filha Neusinha lança disco em edifício-garagem do Estado. Brizola é acusado de favorecer a filha. Neusinha é presa sucessivas vezes, sob acusação de porte de drogas, até a década de 90. 1986 . Declara-se contra o Plano Cruzado. . O PDT não consegue eleger o governador em nenhum Estado –incluindo o Rio de Janeiro. 1989 . É eleito para uma das vice-presidências da Internacional Socialista. . Brizola recebe 11.168.228 votos e fica em terceiro lugar na eleição presidencial. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 454.445 votos (0,5%) a mais. Apóia Lula no segundo turno contra Collor. 1990 . Candidata-se mais uma vez ao governo do Rio. Revolta-se com a decisão do PT de lançar candidato e anuncia que não mais fará acordos com o partido. Brizola vence no primeiro turno com 3.523.082 votos. 1992 . Demora a alinhar-se na campanha pelo impeachment de Collor. Antes, afirmara ser contrário à criação da CPI do caso PC Farias. O PDT perde as eleições para as prefeituras do Rio e Porto Alegre, mas vence em quatro outras capitais (Curitiba, Cuiabá, Aracaju e São Luís). 1993 . Faz uma agressiva campanha em favor do presidencialismo no plebiscito para forma e sistema de governo. O presidencialismo vence com 55,45% dos votos. . Ocorrem tumultos em praias cariocas e chacinas na Candelária e em Vigário Geral. Brizola é acusado de não priorizar a área de segurança. Em resposta, afirma ser vítima de campanhas das Organizações Globo. . É acusado de favorecer a empresa de engenharia Promon, contratada sem licitação para projetar obras no Estado. . Sua mulher, Neusa Brizola, morre vítima de pneumonia após ficar 91 dias internada. 1994 . Ganha na Justiça direito de resposta contra a rede Globo. O locutor Cid Moreira lê, no "Jornal Nacional", mensagem em que Brizola critica a Globo e seu proprietário, Roberto Marinho. . 52% dos pesquisados pelo Datafolha nos dias 28 de fevereiro e 1º de março consideram seu governo ruim ou péssimo. É o pior índice em 11 Estados. . Na semana em que deixa o governo, nomes de integrantes do PDT (entre eles o vice-governador Nilo Batista) surgem em listas de supostas propinas pagas pela cúpula do jogo do bicho carioca a políticos. Texto Anterior: Conflito marca relação com capital Próximo Texto: Candidato hoje briga mais com a esquerda Índice |
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