São Paulo, terça-feira, 31 de maio de 1994 |
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Anarquia tática mina chances da Bulgária Ataque é poderoso, mas defesa falha JOHAN CRUYFF
A vitória sobre a França, no último minuto do último jogo do Grupo 6 europeu, em Paris, foi uma grande surpresa e deixou à mostra o caos esportivo e de organização na seleção francesa. O técnico búlgaro, Dimitar Penev, não tem uma tarefa fácil neste Mundial. Mesmo tendo jogado três Copas do Mundo, parece difícil que ele consiga transmitir essa experiência aos seus jogadores. Ir além das oitavas-de-final, entretanto, já seria a segunda surpresa búlgara. Seu estilo anárquico de jogar parece condenado ao fracasso numa competição em que é fundamental o jogo em equipe com máxima atenção. Numa Copa, é difícil consertar erros. Dimitar Penev não tem conseguido que sua equipe mantenha uma disciplina tática em campo. Por isso, apesar da categoria de alguns de seus jogadores, os búlgaros não figuram entre os favoritos. O Mundial, sem dúvida, servirá para que os seus principais jogadores mostrem toda sua categoria. O melhor de todos é Hristo Stoichkov, um atacante de grande velocidade que durante o ano tenho sob meu comando no Barcelona. Stoickov é capaz de decidir uma partida se tem espaço para correr e também em lances de bola parada. Seu caráter é a imagem viva dos búlgaros: agressivo, ambicioso e otimista. Stoichkov é o líder de um grupo muito poderoso no ataque, mas fraco em demasia na defesa. Junto dele, Krasimir Balakov, (Sporting de Lisboa) e Emil Kostadinov (Porto, Portugal) formam uma das linhas de ataque mais poderosas do mundo, mesmo com o desfalque de Liubomir Penev (Valencia, Espanha). Na defesa tudo é diferente. Espaços em demasia, um trabalho ruim de marcação por zona e uma pequena intensidade defensiva caracterizan um sistema dejogo difícil de definir. JOHAN CRUYYF, técnico do Barcelona, da Espanha, escreve nesta coluna às terça, quintas e domingos Texto Anterior: Colombianos vencem os reservas do Milan Próximo Texto: BULGÁRIA Índice |
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