São Paulo, quinta-feira, 2 de junho de 1994 |
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Espanha depende da ambição adversária Time só ataca quando provocado JOHAN CRUYFF
Ao final de três partidas, estava praticamente eliminada e suas possibilidades de estar na Copa do Mundo dos Estados Unidos eram mínimas. Mas, ao final das eliminatórias, terminou como primeira do grupo, deixando de fora da competição a atual campeã da Europa, Dinamarca. A mim, particularmente, e isto todos sabem, o futebol que se pratica na Espanha não agrada porque é totalmente contrário à minha filosofia futebolística. Luta, força e correr sem parar são as armas desta seleção. O que é surpreendente se levamos em conta que a base da equipe é formada por jogadores do Barcelona que, quando estão sob minhas ordens, têm como único objetivo fazer correr a bola e não eles mesmos. A Espanha joga normalmente com cinco jogadores recuados, ainda que os laterais ocupem o meio-campo e também o ataque. É possível que desempenhem essa função dois jogadores do Barça, Ferrer e Sergi, pequenos e muito rápidos. Para mim, a peça-chave da equipe deveria ser Guardiola. Com esse jogador em campo, organizando todas os lançamentos, a Espanha poderia ser muito perigosa no contra-ataque. Sem dúvida, o normal é que o treinador espanhol prefira escalar jogadores fortes e de luta ao invés de buscar outros bem dotados tecnicamente. Ou seja, totalmente contrário ao que farão Brasil e Colômbia, para citar dois exemplos. Sobre estratégia, a Espanha pode conseguir melhor resultado enfrentando seleções que tomem a iniciativa do jogo. Se a equipe de Clemente está atrás no marcador, ter a iniciativa de jogar em busca da vitória pode transformá-la em uma presa fácil para seus adversários e muito mais se eles toquem rápido a bola. As opções da Espanha no Mundial dos Estados Unidos surgem precisamente pelo tamanho da ambição que têm seus adversários. Texto Anterior: Camaroneses rejeitam 'bruxo branco' Próximo Texto: Sem Gullit, Holanda faz 7 a 1 na Hungria Índice |
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