São Paulo, sábado, 4 de junho de 1994
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Ônibus pára na estrada e seleção fica a pé nos EUA

FERNANDO RODRIGUES;MÁRIO MAGALHÃES
DOS ENVIADOS ESPECIAIS

A quinta-feira da seleção não poderia ter sido melhor. O treino tinha sido ótimo. O titulares venceram por 5 a 1. Branco não foi cortado. E os jogadores estavam de ótimo humor.
Até que o ônibus da delegação quase pegou fogo. Eram 15h44 (19h44 em Brasília) quando uma das rodas traseiras começou a soltar fumaça. Os jogadores estavam voltando para o hotel Villa Felice para almoçar.
Tinham realizado na quinta-feira o primeiro treino coletivo simulando uma partida em horário real. Para isso, tomaram café-da-manhã mais tarde e ficaram sem almoçar.
É que o jogo de estréia contra a Rússia será às 13h locais. Foi nesse horário que realizaram os coletivos de ontem e anteontem.
O motorista salvadorenho, Roger Martinez, começou sentir um cheiro estranho. "Ninguém se apavorou, mas percebi que algo estava errado". Estava mesmo. "Tinha uma fumaceira enorme saindo da roda", disse o técnico Carlos Alberto Parreira no acostamento.
Um a um, os jogadores desceram para a pista. O ônibus estava na rodovia interestadual 17, de quatro pistas. Quando o ônibus parou, apenas os enviados da Folha acompanhavam a delegação brasileira na estrada.
"Foi um acidente de trabalho", brincava Cafu, enquanto o zagueiro Ricardo Rocha ensaiava um gesto para pedir carona –esticando o dedo polegar para os automóveis na interestadual 17.
Era impraticável caminhar até o hotel. Primeiro, porque a delegação estava longe do local, a 8 quilômetros. Segundo, porque não é permitido caminhar pelo acostamento da rodovia.
Com todos no acostamento, jogadores e comissão técnica, a primeira providência foi chamar socorro pelo telefone celular. Enquanto isso, Parreira dava uma entrevista exclusiva aos enviados da Folha. Disse que o lateral Leonardo já é quase o titular do time.
O ônibus teve que ser rebocado mais tarde para uma garagem. Os jogadores seguiram para a concentração em carros menores, deslocados para o local só para isso. A maioria foi em um furgão.
O incidente ocorreu na saída de Santa Clara, a cidade onde o time treina. A concentração fica em um município contíguo, Los Gatos.
O dia-a-dia da seleção tem sido monótono em Los Gatos e Santa Clara. Os jogadores acordam por volta de 8h da manhã e podem tomar café até por volta de 10h. E o café-da-manhã é a única atividade dessa parte do dia.
À tarde sempre há treino. Quando se trata de coletivo, o horário é às 13h, para simular uma situação real de jogo. Nesses dias, o almoço é 16h. Mas o incidente com o ônibus jogou o almoço apenas para as 17h.(FR e MM)

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