São Paulo, sábado, 4 de junho de 1994
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Presidente dos EUA homenageia veteranos

RICARDO BONALUME NETO
ENVIADO ESPECIAL A NETTUNO

Coube a um presidente americano que evitou combater na Guerra do Vietnã homenagear milhares de seus compatriotas que lutaram na maior guerra do século para a libertação da Itália há 50 anos.
Bill Clinton foi discreto e teve pouco contato no cemitério em Nettuno com os veteranos americanos, italianos e brasileiros.
Veteranos de guerra brasileiros iniciou no último fim-de-semana uma peregrinação aos locais em que combateram há 50 anos.
Clinton e os veteranos de guerra estiveram ladeados por mais de 8.000 cruzes brancas, os túmulos dos soldados do 5º Exército americano mortos no lento avanço do sul para o norte italiano no último ano da Segunda Guerra Mundial.
A FEB (Força Expedicionária Brasileira) participou da campanha italiana, em 1944 e 1945.
Em Anzio e Nettuno os aliados desembarcaram e tentaram chegar logo a Roma, mas foram barrados por semanas pelos alemães.
O veterano Samuel Lembo, cuja família é de origem italiana, lutou na região e depois participou do planejamento da invasão da Normandia, o famoso Dia D.
Seu irmão Salvatore morreu a 40 km de Nettuno, aos 23 anos. Ontem ele e a mulher Anne olhavam os nomes de conhecidos nas cruzes. O corpo de Salvatore foi levado aos EUA no pós-guerra.
}Foi um erro a guerra na Itália, diz Lembo. O país não era o }baixo ventre mole dos nazistas, como queria o primeiro-ministro britânico Winston Churchill, adepto de ações no Mediterrâneo.
}Para atacar em terreno montanhoso você precisa ter superioridade de cinco contra um, lembra Lembo.
Na Itália, desfalcada de tropas para o ataque à França, havia paridade, algo que o pessoal da FEB descobriu a duras penas.
}Não era fácil subir montanha com aquele peso todo nas costas e os alemães atirando na gente, diz Romulo França, veterano da FEB, do 1º Regimento de Infantaria.

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