São Paulo, segunda-feira, 6 de junho de 1994 |
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'Progressistas' e 'conservadores' terão espaço
DA REPORTAGEM LOCAL O projeto Igreja-Sat tem como coordenador um padre da ordem dos redentoristas, que foi por nove anos diretor da Rádio Aparecida, a mais tradicional das emissoras católicas.César Moreira, 48, diz que a rede em formação não pretende se colocar a serviço de uma das tendências da igreja. Folha - A igreja está insatisfeita com o atual radiojornalismo, e por isso monta sua rede? Padre César Moreira - Não há insatisfação. Há muitas emissoras que fazem um bom jornalismo. A igreja quer transmitir sua interpretação da realidade. Folha - Mas há na igreja duas visões da realidade, a dos chamados conservadores e a dos chamados progressistas. Moreira - Não se procura consenso, mas sim o pluralismo. Assim como a CNBB produz documentos que representam a igreja em seu conjunto, nós também poderemos produzir um jornalismo que represente o corpo da igreja. Folha - No caso de eleição presidencial, o Igreja-Sat aconselharia a votar em candidatos com determinado perfil político? Moreira - Isso não ocorreria, mesmo porque a prática que já temos nas emissoras católicas consiste em dar à politização um conteúdo menos partidário. Nós insistimos na prática da cidadania. As pessoas que escolham o candidato ou o partido que considerarem o melhor. Folha - Até que ponto o Igreja-Sat não é uma tentativa de reconquistar espaços que foram ocupados pelos evangélicos? Moreira - A igreja não tem essa visão. O grupo que reflete sobre a comunicação dentro da igreja não pensa assim. Nós temos como finalidade apresentar uma proposta de evangelho. Folha – Essa proposta estaria num retorno ao discurso tradicional da catequização? Moreira - Eu diria que evangelizar, em jornalismo, quer dizer algo bem diferente. Paulo 6º já dizia que defender valores humanos já é evangelizar. Texto Anterior: Denúncias criam foco de tensão na fronteira Próximo Texto: Igreja terá maior rede de rádio do país Índice |
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