São Paulo, segunda-feira, 6 de junho de 1994
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Cientista 'caça' preguiça gigante da Amazônia

ABNOR GONDIM
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

O zoólogo norte-americano David Oren, 40, do Museu Paraense Emílio Goeldi, deve partir hoje em nova expedição científica nos seringais do Acre. Sua meta é encontrar viva uma preguiça gigante que se considerava extinta há pelo menos 8.500 anos.
Esse animal, de acordo com a tese do pesquisador, teria dado origem à lenda do mapinguari, um monstro com os pés virados para trás, uma glândula no estômago e cerca de 300 kg.
A intenção da expedição é fotografar o animal e retirar dele amostras de pêlos e unhas. "Faremos manicure", brincou o pesquisador do Museu Goeldi.
Oren afirma ter mais de cem depoimentos de pessoas que viram o animal na região. Ele conduziu recentemente uma expedição para preparar a que deve começar hoje.
O pesquisador comprou nos Estados Unidos um rifle especial para usar balas tranquilizantes.
Segundo Oren, não é possível atribuir ao mapinguari o desaparecimento de índios no interior do Estado, conforme relato feito no mês passado por um chefe indígena ao paleontólogo Alceu Ranzi, da Universidade Federal do Acre.
"É estranho isso, porque não há testemunhas de que uma preguiça foi vista devorando os índios", disse Oren.
Oren viajará com Ranzi e mais três moradores da região. Ele afirma que, além da expedição, há esperança de ser confirmada a existência recente da espécie do mapinguari em ossadas que serão examinadas nos Estados Unidos, no mês de outubro.
Oren diz não poder revelar quem é o paleontólogo e onde estão essas ossadas.

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