São Paulo, quarta-feira, 8 de junho de 1994
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Petrobrás é multada por morte de gaivotas

DA FOLHA VALE

A Prefeitura de Ilhabela (228 km a leste de São Paulo) multou ontem em CR$ 298,4 milhões a Petrobrás pela morte de gaivotas intoxicadas por petróleo.
Foi a sexta multa aplicada pela prefeitura à Petrobrás por causa dos danos causados pelo rompimento de um oleoduto em São Sebastião (215 km a leste de São Paulo) no dia 15 de maio.
O gerente do Tebar (Terminal Marítimo Almirante Barroso), José Daniel Brossi, não foi localizado ontem para comentar a multa.
O procurador jurídico da Prefeitura de Ilhabela, Pedro Ernesto Prudêncio, afirmou que a multa foi aplicada com base em análises feitas por biólogos da Fundamar (Fundação Museu do Mar), de São Sebastião, e do Instituto Florestal, em Ilhabela.
As análises comprovaram a existência de óleo no estômago das aves mortas. No último dia 2, dezenas de gaivotas foram encontradas mortas no canal de São Sebastião e na praia do Engenho d'Água, em Ilhabela.
A Petrobrás enviou na segunda-feira aves e amostras de água recolhidas no canal para exame em seu laboratório em São Paulo. A Petrobrás informou que não foi encontrado vestígio de óleo nas gaivotas.
O presidente do Mopress (Movimento de Preservação de São Sebastião), Eduardo Hipólito do Rego, afirmou ontem que a entidade vai pedir na Justiça a interdição do oleoduto que liga o Tebar à refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão.
Segundo Rego, o Mopress quer que a Petrobrás apresente um laudo sobre as condições do oleoduto, que tem 120 km de extensão.
No dia 15 de maio, o oleoduto rompeu causando vazamento de 2,7 milhões de litros de petróleo. Rego disse que o Mopress suspeita que o oleoduto, que existe há 25 anos, possa estar começando a apresentar problemas.
Nos últimos seis anos, o oleoduto rompeu três vezes. O vazamento do dia 15 foi o segundo mais grave ocorrido em São Sebastião.
Golfinho
Um golfinho medindo cerca de 1,80 m de comprimento e pesando cerca de 100 kg foi encontrado morto ontem à tarde na praia Martin de Sá, em Caraguatatuba.
O animal foi retirado da água por um bombeiro e por outras duas pessoas, por volta das 15h.
O bombeiro suspeita que o golfinho tenha morrido afogado. Ele teria ficado preso em uma rede de pesca sem condições de subir à tona para respirar.
Os bombeiros pediram ajuda ao Cebimar (Centro de Biologia Marinha) da USP para apurar as causas da morte do golfinho. Até as 17h, a Prefeitura de Caraguatatuba não havia retirado o golfinho da praia.

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