São Paulo, quarta-feira, 8 de junho de 1994
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Governo faz pacote para financiar safra

GUSTAVO PATÚ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Governo faz pacote para financiar safra
O governo pretende anunciar em 30 dias um pacote agrícola para financiar a safra a ser plantada este ano. Parte das medidas deverá ser antecipada hoje pelo ministro da Fazenda, Rubens Ricupero.
As medidas também têm o objetivo de agradar a bancada ruralista –deputados e senadores ligados ao setor rural. O governo e a bancada fizeram acordo para a aprovação do Plano Real.
Ricupero irá hoje à Comissão de Agricultura da Câmara, um dos principais redutos ruralistas. Deverá ser nomeada uma comissão para elaborar o plano de financiamento.
A comissão terá representantes da bancada ruralista e de empresários do setor agrícola, além de técnicos da Fazenda e do Ministério da Agricultura. Será prometida uma nova safra recorde de grãos.
Ricupero anunciará a suspensão de processos contra agricultores com dívidas atrasadas junto ao Banco do Brasil. Por 90 dias, eles não serão acionados pelo banco.
O governo também pagará US$ 500 milhões aos agricultores, referentes a pagamentos atrasados do seguro agrícola (Proagro).
Dentro de 90 dias será definida uma nova política de preços mínimos para produtos agrícolas, por outra comissão também a ser criada hoje com representantes do governo e dos ruralistas.
Segundo o secretário-adjunto de Política Econômica da Fazenda, Gesner Oliveira, os preços agrícolas continuarão vinculados à correção da dívida dos agricultores, mas poderão ser diferenciados pela qualidade dos produtos.
A Fazenda também prometeu aos ruralistas a renegociação das dívidas geradas pelo Plano Collor (1990). A definição das regras para o alívio desses débitos ficou adiada para 15 de dezembro.
O Plano Collor reduziu a correção dos preços agrícolas, mas não as dívidas dos agricultores. O governo reconhece uma diferença de 33% entre as duas correções.
Segundo o presidente da Comissão de Agricultura, Nélson Marquezelli (PTB-SP), está acertado que a renegociação das dívidas tomará como base juros de 6% a 12,5% ao ano, dependendo do porte do produtor.

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