São Paulo, quarta-feira, 8 de junho de 1994
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Mazinho, eis a questão

ALBERTO HELENA JR.

Mazinho, eis a questão. Se alguém tem chance de entrar nesse time do Parreira, esse é Mazinho, para quem o treinador reserva um tratamento especial.
Tanto que Mazinho é o verdadeiro curinga na cabeça de Parreira, pois tanto poderá entrar no lugar de Mauro Silva, como ocorreu no jogo contra o Canadá, como no de Dunga, de Raí ou até mesmo do Zinho.
Epa! Aí está uma idéia interessante. Digamos que o maior problema de readaptação de Leonardo na lateral-esquerda seja sua vacilante ação defensiva.
Com Mazinho, que já foi lateral-esquerdo e agora é médio, por ali, Leonardo poderá atacar com mais frequência e uma boa dose de despreocupação.
Assim, poderíamos ganhar mais poder de fogo pela esquerda, onde Zinho revela nítida incapacidade de realizar jogadas incisivas.
Sei que se trata de uma hipótese remota na cabeça de Parreira. Mas o simples fato de o técnico aceitá-la já é meio gol.
*
Revejo Júnior, com quem não conversava desde a fatídica Copa da Espanha. Ele está aqui como olheiro de Parreira.
E chegou com novidades sobre nossos adversários, sobretudo Rússia e Suécia, seleções que estiveram sob sua mira nas últimas semanas.
Segundo ele, os russos estão em maior dificuldade, ajustando ainda sua equipe, desfalcada dos insurrectos que preferiram a diáspora russa no Mediterrâneo do que servir sob o comando do treinador atual. Quando atacam, abrem buracos no seu meio-campo, por onde devemos fazer a festa.
Gérson, o Canhota de Ouro, único remanescente de um Brasil campeão que está aqui de fora da seleção, segreda ao meu ouvido: "Só que, contra o Brasil, ninguém ataca". Era assim no seu tempo e continua sendo hoje, é verdade, apesar de já não sermos os mesmos.
Aliás, Gérson, que ajudou a consertar o time de 70, dentro e fora do campo, concorda que Cafu e Mazinho não poderiam ficar de fora deste time. E mais: para o lugar de Paulo Sérgio, por exemplo, teria trazido Edílson, do Palmeiras, que ele reputa o jogador perfeito para jogar no lugar de Raí, caso este não consiga se recuperar até a Copa.
Gérson acha que falta um jogador habilidoso e veloz, como Edílson, para levar a bola do meio-campo ao ataque brasileiro. Pelo visto, Gérson continua querendo levar vantagem em tudo.

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