São Paulo, quarta-feira, 8 de junho de 1994
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Serviço de mensagens detecta ação de pirata

JOAQUIM TORRES
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Acompanhando as grandes facilidades, já amplamente constatadas, trazidas pelos microcomputadores, vêm os grandes problemas.
Um dos principais é a segurança dos bilhões de dados que são diariamente manipulados através dessas máquinas.
Para se ter uma idéia da grandeza do problema, o preço médio de um notebook nos EUA está entre US$ 2.000 a US$ 2.500.
Mas algumas pessoas chegam a pagar até US$ 6.000 pelo mesmo notebook, se ele tiver sido roubado de algum executivo. A diferença de valor é paga pelas informações contidas nessas máquinas.
Os BBS, sistemas para troca de dados de computadores via telefone, ao contrário do que se pode imaginar, são bastante seguros.
Há até empresas especializadas em segurança de dados, como a Seil Informática, que usam esses sistemas para prestar suporte aos seus clientes.
Hoje em dia já é possível trocar informações sem que ninguém seja capaz de decifrá-las, exceto a pessoa que envia e o destinatário.
Imagine a facilidade que isso pode representar para uma empresa que tem que trocar informações diariamente com clientes, fornecedores, vendedores etc.: fazer isto através de uma simples ligação telefônica e com segurança equivalente à de uma entrega em mãos.
Essa comunicação pode ser feita micro a micro sem a necessidade de um sistema como os BBS.
As facilidades oferecidas por sistemas BBS garantem maior segurança para os dados, uma vez que sua estrutura é apta a deter a ação dos "hackers", piratas modernos, especialistas em quebra de segurança de sistemas remotos.
O uso desses sistemas representa uma economia real quanto a investimento em máquinas, treinamento, ocupação dos equipamentos e consumo de energia.
Níveis de segurança
Todo o sistema de BBS é munido de correio eletrônico onde se pode trocar mensagens com outros usuários com vários níveis de segurança.
As mensagens podem ser públicas (toda pessoa que consulta o sistema pode ler), para um grupo (designa-se uma senha para a mensagem e só quem souber essa senha pode ler), ou privadas (só o emissor e o destinatário da mensagem podem ler).
Em qualquer dessas formas as mensagens podem ser lidas pelos operadores dos sistemas (o que não é feito por questão de ética), a menos que o usuário se utilize da criptografia de dados.
A criptografia é uma forma de codificar os dados para que somente as pessoas que tenham o código possam recuperá-los.
Alguns BBS no Brasil já se preocupam com essa necessidade e oferecem ferramentas adequadas a cada caso de segurança específico.
Para maiores detalhes sobre esses serviços, basta consultar algum BBS e questionar o operador sobre as facilidades disponíveis.
Quem quiser conhecer esses sistemas basta ter um modem, que conecta o computador ao BBS por linha telefônica, e um software de comunicação para conectar-se a esses sistemas.
Geralmente o BBS oferece um tempo para experiência gratuito que pode chegar a um mês.

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