São Paulo, quarta-feira, 8 de junho de 1994
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Croácia e Eslovênia temem Itália neofascista

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Os líderes da Croácia e da Eslovênia expressaram ontem sua preocupação com o que chamaram de "pretensões territoriais neofascistas" da Itália.
O presidente da Croácia, Franjo Tudjman, disse que as duas ex-repúblicas iugoslavas devem superar suas divergências atuais e construir uma aliança econômica e política.
"As pretensões neofascistas da Itália quanto à Croácia e à Eslovênia nos ensinam a fazer isso. Nunca deveremos esquecer que o fascismo trouxe o imperialismo italiano às duas repúblicas", afirmou.
A declaração foi feita após encontro de Tudjman com Milan Kucan, presidente esloveno, que visitou ontem Zagreb, a capital croata.
Croácia e Eslovênia foram parcialmente ocupadas pela Itália fascista durante a Segunda Guerra. Ambas foram libertadas pela guerrilha comunista liderada por Josip Broz Tito, fundador da federação que se esfacelaria depois de 1990.
Alguns líderes da coalizão direitista que assumiu o governo italiano em maio propuseram uma revisão das fronteiras do país com a Croácia e a Eslovênia.
Eles reivindicam as cidades de Zadar e Rijeka, na Dalmácia (costa do Adriático) e a península de Ístria, que pertenceram à Itália no início do século.
O premiê Silvio Berlusconi negou que seu governo –de que participam a direitista Aliança Nacional e o neofascista Movimento Social Italiano– tenha qualquer pretensão territorial na região.
Croácia e Eslovênia se envolveram em disputas territoriais desde que se tornaram independentes da ex-Iugoslávia, em 1991.
Os confrontos envolvem disputas de fronteira e de direitos de pesca no norte do Adriático.

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