São Paulo, quinta-feira, 9 de junho de 1994
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Lei proíbe uso de celulares em espetáculos

DANIEL CASTRO
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito Paulo Maluf (PPR) sancionou ontem lei que proíbe parcialmente o uso de telefones celulares em cinemas, teatros, casas de espetáculos, velórios, hospitais e repartições públicas municipais.
A lei, a rigor, só impede que o usuário receba ligações em telefones que possuem campainha.
Poderão ser usados os aparelhos que "tiverem sinal de recepção de chamada do tipo `vibratório"'.
Os aparelhos "vibratórios" são os que emitem um sinal que só é percebido se a pessoa estiver com o celular junto ao corpo. Nem todos os modelos têm o recurso.
A lei vale também para bips. Além de pagar multa, o infrator terá que sair do local.
A multa é de 20 UFMs (Unidades Fiscais do Município), equivalentes a CR$ 1,06 milhão em junho. Com o valor dá para comprar o modelo Technophone PC 3500 (CR$ 815 mil).
O autor da lei é o vereador José Ferraz (PL), que não tem celular. Sua intenção inicial era proibir o aparelho nas sessões da Câmara.
O líder do prefeito na Câmara, Bruno Feder (PPR), vai continuar usando seu celular no plenário.
"Acho a lei desnecessária. A Câmara deve se preocupar com projetos prioritários."
O empresário Chiquinho Scarpa tem 36 aparelhos e é a favor. "Não há nada mais irritante que tocar telefone em uma ópera."
"É uma arbitrariedade. Essa lei demagógica pode impedir que médicos recebam chamados que podem salvar vidas", disse o infectologista Ricardo Veronesi.

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