São Paulo, sexta-feira, 10 de junho de 1994 |
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Nestlé confirma alta de preços em URV
MARISTELA MAFEI
A Nestlé confirmou a informação de que reajustou em URV os preços de sua linha culinária, com exceção das massas, de 9% a 15%. No início da semana, grandes redes de supermercados encaminharam fax ao ministério da Fazenda pedindo providências contra os aumentos da empresa. Foram reajustados preços dos caldos de carne, sopas, temperos, molhos de tomate e molhos especiais da marca Maggi. Juntas, Refinações de Milho Brasil (Knorr) e Nestlé detêm 90% do mercado de caldos e 95% do de sopas. Os supermercados alegam que a lei nº 8.880, que criou a URV, estabelece a média de preços do último quadrimestre de 93 como limite de preços. Antônio Salgado Peres Filho, diretor de assuntos institucionais da Nestlé, discorda. Segundo ele, a lei não proíbe reajustes em URV nem deixa claro a necessidade de consulta prévia para os aumentos. "Não nos parece adequado operar com margens negativas, porque a alternativa seria sair do mercado ou baixar a qualidade do produto", disse Salgado. "Preferimos operar com custos reais", afirmou. Na prática, vigorava acordo de cavalheiros entre o governo e os principais fabricantes com o objetivo de manter os preços dentro da média fixada. Excessões estavam sendo toleradas para produtos agrícolas, em função da entressafra e de preços fixados no mercado externo. Por isso, precederam aos reajustes da Nestlé os do óleo de soja, café, arroz e carne bovina, produtos que passam por poucas etapas de industrialização e cujos preços acabam se equiparando aos de suas respectivas commodities. A Nestlé atribuiu a alta da linha Maggi também à pressão dos preços agrícolas. Houve, segundo a empresa, pressão nos custos de matérias-primas como cenoura, mandioquinha e tomate. A empresa disse que mostrará as planilhas, se o governo pedir. Texto Anterior: As futilidades da campanha Próximo Texto: REGISTRADORAS Índice |
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