São Paulo, sexta-feira, 10 de junho de 1994
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Novo presidente da Shell assume e se informa da situação da empresa

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

O novo presidente da Shell no Brasil, o holandês Willem Goebel, 50, assumiu o cargo no último dia 1º de junho e no momento está se dedicando ao "hand over" (passagem de informações da administração anterior para a atual).
Goebel, ao tomar posse da presidência, substituindo Omar Carneiro da Cunha, que deixou a empresa em 28 de abril, introduziu uma mudança de estilo: é o primeiro presidente da empresa a ter um microcomputador em sua sala.
O executivo se dirige a diretores e gerentes, sempre chamando-os pelo nome, através de mensagens de computador, o que antes era feito por telefone.
A família de Goebel deve chegar ao Brasil apenas no final do mês. Por enquanto, ele está hospedado em hotel, ainda sem residência fixa na cidade.
Goebel fala português fluentemente. Já trabalhou no Brasil, entre 1979 e 1982, quando era gerente do Cisp (Centro Industrial Shell de Paulínia), em Paulínia (120 Km a noroeste de São Paulo).
Antes de vir para o Brasil, Goebel era vice-presidente senior das atividades químicas da Shell na Europa, com base na Holanda. Ele também foi presidente da Shell na Grécia.
Omar Carneiro da Cunha, o ex-presidente, ficou dois anos no cargo e, oficialmente, saiu por razões pessoais.
Sua demissão foi uma das mais espetaculares ocorridas nos últimos anos no mundo dos negócios no país.
Pesou na decisão de Carneiro da Cunha sua exposição por ter sido um dos maiores defensores do fim do monopólio estatal no setor.
Desde a demissão de Carneiro da Cunha até a posse de Goebel, David Turner respondeu interinamente pela presidência.
Pode também ter pesado na decisão da saída de Carneiro da Cunha a situação da Shell . A empresa teve nos últimos anos um substancial aumento de receita, mas o mesmo não se pode dizer do lucro.
Em 93, apesar de a empresa ter faturado perto de US$ 3,8 bilhões, seu lucro foi de apenas US$ 7 milhões.
Teria também cooperado para o afastamento de Carneiro da Cunha, a compra da Atlantic por parte da Ipiranga. A Shell havia tentado comprar a Atlantic, mas não teve sucesso.
A Shell é a segunda distribuidora do país, com 22% do mercado total. A primeira colocada do ranking é a BR Distribuidora, da Petrobrás, com 36%.

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