São Paulo, sexta-feira, 10 de junho de 1994
Próximo Texto | Índice

Brasil pode estrear com 3 no ataque

MÁRIO MAGALHÃES
ENVIADO ESPECIAL A LOS GATOS

O técnico Carlos Alberto Parreira admitiu ontem pela primeira vez que a seleção pode jogar com três atacantes desde o começo da Copa.
Ele fez a afirmação um dia depois de o Brasil golear Honduras por 8 a 2 em jogo amistoso disputado em San Diego (Estado da Califórnia).
A seleção jogou com dois atacantes no primeiro tempo, vencido por 3 a 0. No segundo, Parreira fez um teste com mais um jogador no ataque.
O bom resultado foi o suficiente para que o treinador reconsiderasse o esquema 4-4-2 usado durante toda a preparação para a Copa e admita usar no Mundial três atacantes, só utilizados durante 45 minutos o ano todo.
Foi o maior número de gols nas 39 partidas em que a equipe foi dirigida por Parreira, desde outubro de 1991. Antes, o recorde era de seis gols, contra a Bolívia, nas eliminatórias da Copa em 1993.
Perguntado se mantinha a decisão de nunca iniciar jogando com três atacantes, o treinador respondeu ontem: "Nunca é uma palavra que não existe no futebol. Cada partida exige uma armação diferente da seleção brasileira."
Desde que voltou à seleção, há 32 meses, Parreira sempre descartou a possibilidade de jogar com três atacantes juntos. "É um suicídio", costumava dizer.
"Quem quer o Brasil com mais de dois atacantes é porque quer nos ver eliminados logo na primeira fase do Mundial. Não cometerei essa loucura", afirmava.
No vestiário do estádio Jack Murphy, em San Diego, Parreira reafirmou após o jogo de anteontem que "descartava" mudar o plano de começar os jogos com mais de dois atacantes.
Os oito gols brasileiros anteontem foram de Romário (3), Bebeto (2), Cafu, Dunga e Raí.
No primeiro tempo, Bebeto e Romário foram os atacantes. No intervalo, Parreira substituiu o meia Zinho pelo atacante Muller, usando pela primeira vez, juntos, três jogadores de ataque.
Aos 15min do segundo tempo, trocou Bebeto e Romário pelos reservas Viola e Ronaldo, mantendo três atacantes.
O meio-campo perdeu um jogador, e ficou com três: os meias defensivos Mauro Silva e Dunga e o meia mais ofensivo Raí.
"A movimentação da equipe jogando diferente me satisfez", afirmou o técnico. "Mauro, Dunga e Raí cresceram no meio-campo."
Os dois gols hondurenhos foram marcados em contra-ataque, pelo lado esquerdo da defesa brasileira.
Parreira recusou-se a dizer se acredita que a defesa ficou mais frágil por haver um jogador a menos no meio-campo. "Isso só interessa a mim", afirmou irritado.
Domingo, no amistoso com El Salvador, ele deve testar novamente o time com três no ataque.

LEIA MAIS sobre a Copa nas págs. 2 a 6 e 8

Próximo Texto: Crescem chances de Muller
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.