São Paulo, sexta-feira, 10 de junho de 1994 |
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Brasil é favorito, diz técnico da Suécia
FERNANDO RODRIGUES
Aos 49 anos, Svensson dirige os suecos desde dezembro de 1990. Falou à Folha com exclusividade no jardim do Sheraton, em San Diego. "O Brasil é um dos favoritos para ganhar a Copa do Mundo", disse. Depois de assistir ao jogo entre Brasil e Honduras, achou a defesa brasileira o ponto fraco do time. "Mas não é possível tirar muitas conclusões apenas desse jogo." Svensson sabe que a seleção brasileira que enfrentará no dia 27 de junho dificilmente terá três atacantes como no segundo tempo do jogo contra Honduras. A Suécia será o terceiro e último adversário do Brasil na primeira fase do Mundial. É a terceira vez que os suecos caem na chave do Brasil numa Copa. As outras foram em 90 e 78. "Como se diz na Suécia, a terceira vez é sempre a melhor", delcarou um bem-humorado Svensson à Folha. A seguir, os principais trechos de sua entrevista: Folha - O sr. tem jogadores machucados no time? Svensson -Não. Todos estão recuperados. O zagueiro Roger Ljung está 100% agora. Ele já vai poder jogar contra a Romênia no jogo amistoso de domingo. Folha - O sr. foi assistir o jogo entre Brasil e Honduras. Qual a sua impressão? Svensson -Eles (os brasileiros) têm um futebol de ataque impressionante. Não há dúvidas sobre isso. Há vários jogadores altamente técnicos. Folha - Há algum ponto fraco que o sr. apontaria na equipe brasileira? Svensson -A defesa. Os jogadores hondurenhos não são muito altos e marcaram duas vezes de cabeça. Pode ter sido um pouco de falta de concentração. Mas não é possível tirar muitas conclusões. Folha - A seleção brasileira jogou com três atacantes no segundo tempo contra Honduras. Qual a sua opinião sobre esse tipo de formação? Svensson - Em qualquer time, quanto mais jogadores você tiver na defesa, mais difícil fica de tomar gols e perder. Se você coloca três jogadores na frente, vai faltar gente em outros setores. Essa é uma questão de quanto risco se quer correr. Se você quer jogar no ataque, pode ser bom ter três atacantes. Mas há um preço. Folha - O sr. preferiria jogar contra dois ou três atacantes brasileiros? Svensson - Eu acho que na Copa o Brasil não vai jogar com três atacantes. Sobre a minha preferência, é difícil dizer. Depende da situação no campeonato. É preciso esperar. Folha - Qual será o time mais difícil para a Suécia? Svensson - Todos serão muito difíceis. Mas, é claro, o Brasil, na minha opinião, é um dos favoritos para ganhar a Copa do Mundo. Folha - Quem mais o sr. apontaria como favorito para ganhar a competição? Svensson - A Alemanha. Talvez a Colômbia. E a Romênia, que tem obtido excelentes resultados. Folha - O sr. então não coloca o seu time, a Suécia, entre os favoritos para este Mundial? Svensson - Não somos favoritos. Mas se estivermos em um bom dia, temos condições de competir bem com todos os participantes. Folha - Algum jogador de Rússia, Camarões ou Brasil merece sua preocupação especial? Svensson - Não. É claro que observo alguns jogadores em particular, mas não digo isso para ninguém. Só falo para os jogadores. Folha - O treino de hoje (ontem) à tarde será aberto ao público. O sr. não está preocupado com espiões de outros times? Svensson - Eu sei que estamos sendo observados. Mas não dá para fechar todos os treinos. É melhor para a imprensa e para os jogadores. Nós vamos apenas fechar alguns treinos nas vésperas dos jogos. Mas é só. Folha - Há restrições para os jogadores aqui nos EUA? Svensson - Nós não tivemos que impor restrições para o comportamento desse nosso grupo de jogadores. Eles estão muito conscientes do que estão fazendo. Folha - Essa é a terceira vez que a Suécia joga no grupo do Brasil na primeira fase de uma Copa do Mundo. O sr. diria que é sorte ou azar? Svensson - Como se diz na Suécia, a terceira é sempre a melhor. Texto Anterior: Time comemora goleada com samba no avião Próximo Texto: Suecos ficam livres no hotel Índice |
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