São Paulo, sexta-feira, 10 de junho de 1994
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A alegria dos clowns retorna à cidade

SYLVIA COLOMBO
DA REDAÇÃO

Peça: Quadri Matzi
Direção: Cristiane Paoli-Quito
Com: Bete Dorgan, Noemia Duarte, Thais Ferrara e Walmir Santana
Texto: Eduardo Amos
Produção: Companhia Dramática
Onde: Teatro Crowne Plaza (r. Frei Caneca, 1.360, tel. 011/285-4902)
Quando: Sextas e sábados, às 21h e domingo, às 20h
Quanto: 7 URVs

O espetáculo de clowns "Quadri Matzi" reestréia hoje, às 21h, no Teatro Crowne Plaza. A peça explora uma linguagem simples e sutil, buscando recuperar o lado ingênuo e humano das pessoas.
O clown é um personagem muito parecido com um palhaço, ingênuo e bom. Mas vai um pouco além. Faz crítica social e questiona formas de linguagem.
A história de "Quadri Matzi" se passa dentro de uma casa, onde quatro pessoas estão presas por causa de um temporal. Para passar o tempo, fazem jogos e brincadeiras e acabam expondo suas características.
Os quatro personagens têm personalidades definidas. Uma mocinha deslumbrada, uma intelectual solitária, uma infeliz bem-humorada e um desajeitado ignorante.
"São apenas seres humanos, só que levados às suas últimas consequências", diz a diretora Cristiane Paoli-Quito.
Cada um é de alguma forma um dissidente no plano social, mas eles identificam-se através de coisas simples da vida, como a brincadeira e a comunicação.
É esse também o canal de identificação com o público: o que há de mais puro na linguagem e nas relações pessoais.
"Quatri Matzi" não é um espetáculo infantil, apesar da boa receptividade que tem entre crianças. "Os clowns são adultos de alma leve", diz Paoli-Quito.
Segundo a atriz Noemia Duarte, os clowns "possuem uma inocência que é comum a todos".
"Interpretar um clown é um exercício de disponibilidade teatral", diz ela. "Depois de interpretar um clown, fica mais fácil viver outro papel pois o ator aprende a chamar o público com o olhar", completa.
"Quadri Matzi" vem de uma corruptela do italiano, significando "quatro bobos" (patzos). Também tem origem iídiche, traduzida para "encontro de quatro pessoas com Deus".
Bete Dorgan, Noemia Duarte, Thais Ferrara e Walmir Santana fizeram um workshop sobre clowns em 1991, orientados pela diretora.
Cada um montou seu personagem, usando experiências vividas por eles mesmos.
"Fui uma criança diferente pois tinha mais conhecimento que as outras, era admirada mas ao mesmo tempo ficava de fora das brincadeiras mais simples", diz Bete Dorgan que interpreta no espetáculo a intelectual solitária Elizabeth The Queen.

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