São Paulo, sexta-feira, 10 de junho de 1994 |
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Tintos do vale do Loire merecem destaque
JORGE CARRARA
Eles são produzidos ao longo de toda a região que rodeia o rio Loire e seus afluentes e se estende pelo centro da França desde a cidade de Nantes, quase no Atlântico, até Pouilly-sur-Loire, ao leste, no coração do país. Os melhores, porém, nascem nos vinhedos localizados na parte central da faixa, nas áreas de Saumur, Saumur-Champigny, St.-Nicolás-de-Bourgueil, Bourgueil e Chinon e são elaborados principalmente com cepas Cabernet (Sauvignon e Franc). Ninguém pense, no entanto, que encontrará entre eles aqueles goles robustos e longevos que estas uvas modelam na Califórnia ou em Bordeaux. No Loire –acariciadas por um clima mais frio– elas se adaptam melhor à produção de vinhos bem frutados e para serem bebidos jovens. Os mais leves têm um estilo similar ao de um Beaujolais e devem ser consumidos nos seus primeiros dois anos, enquanto os mais estruturados –como o "Clos L'Écho", de Couly-Dutheil, ou o "Clos Isoré", de Raffault, podem, em boas safras, ser guardados durante 6 ou 7 anos. Entre os exemplares destes vinhos que chegaram às nossas praias, todos safra 92, o Bourgueil "L'Échellerie", milita decididamente na primeira fila. Ele é um vinho ligeiro, de aroma simples de frutas vermelhas e boa acidez, ideal para ser bebido refrescado. O Chinon "Les Granges" e o Saumur-Champigny "Domaine de la Martiniére" são pouco mais encorpados. O "Les Granges" tem aroma e sabor marcado por morangos e evolui bem na boca, enquanto o Saumur, também frutado, é mais sério e (levemente) tânico. O mais concentrado de todos é o Bourgueil "Les Cent Boisselées", um vinho equilibrado, com taninos leves, bom corpo e textura e sabor persistente bem saturado pela fruta que caracteriza estes tintos saborosos e descomplicados do vale do Loire. Texto Anterior: Borbulhas 1; Borbulas 2; Leilão 1; Curso Próximo Texto: Companheira de Borges morre em Buenos Aires Índice |
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