São Paulo, sexta-feira, 10 de junho de 1994
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Guerra das cervejas; Raí crucificado; O prestígio de FHC; Ombudsman e eleições; Acidente de trabalho; Ética na economia; Software pirata; Privatismo; Gestão Erundina

Guerra das cervejas
"Por causa de uma ridícula disputa publicitária, nós estamos sendo desrespeitados pelas emissoras de televisão. As imagens dos jogos da seleção brasileira chegam aos nossos lares mutiladas. Tudo isso porque a Globo, que é patrocinada pela Kaiser, e a Bandeirantes, que é patrocinada pela Antarctica, não podem ou não querem mostrar as placas de publicidade da Brahma nas laterais do gramado. Não se espantem se, por causa desta guerra, até o Parreira orientar o time para não jogar pelas laterais e também não comemorar gols (se houver) próximo às referidas placas publicitárias."
José Maria Seminaldo (Guarulhos, SP)

Raí crucificado
"A imprensa e a comissão técnica já escolheram o jogador Raí como o grande responsável pelo fracasso na Copa de 94, apesar de todos os jogadores apresentarem um futebol bem abaixo do normal. Esta seleção não representa o atual momento vivido pelo futebol brasileiro. A equipe não tem definição tática nem padrão de jogo. O técnico mantém seis titulares da fracassada equipe de 90. Mesmo assim, o único crucificado deverá ser Raí."
Fernando de Sampaio Barros (São Paulo, SP)

O prestígio de FHC
"O artigo do professor Cerqueira Leite é fundamental contribuição para a purgação ética indispensável à política brasileira. Plagiando a Folha, não dá para não se decepcionar com o sr. Fernando Henrique quando ele se empenha em se aliar a políticos como Gastone Righi, Afanásio Jazadji, Roberto Jefferson, Ricardo Fiuza, Sarney, Toninho Malvadeza –para citar só alguns–, homens contra os quais, ele e eu, cada um através de seus caminhos, lutamos desde a década de 50, saudosos tempos de faculdade. Se eleito, ele terá que governar com a canalha que eu sempre pensei que ele combatesse ou terá que traí-la, alegando serem forças hegemônicas diferenciadas, o que, por si só, é uma grande canalhice."
Roberto S. Caiuby Novaes (São Paulo, SP)

"Nunca conseguia entender por que o acadêmico e `estadista-to-be' FHC tinha tanto prestígio! Obrigado, respeitado acadêmico e cientista Rogério C. Leite, pelo belíssimo e rigoroso esclarecimento!"
Jader Martins, professor titular da Universidade de Ouro Preto (Ouro Preto, MG)

Ombudsman e eleições
"O artigo da ombudsman de 29/05 foi sensacional. É pena que a sra. `puxa as orelhas' e eles não mudam a conduta, mas para nós, leitores, é otimo. Embora seja ainda muito cedo para se fazer um juízo completo, como leitor deste jornal há muitos anos, sinceramente, não estou entendendo sua mudança radical de comportamento. A investigação, a vigilância e a denúncia de burla à lei de candidatos a qualquer cargo eletivo é saudável e necessária, mas tem que ser igual para todos e não é isso que está acontecendo. Há mais de dois meses, você abre o primeiro caderno e, da primeira a última página, é só malhação em cima de dois candidatos: FHC e Lula. Alianças, rachas de partido, convenção, comícios, tudo é investigado e publicado com dose de maldade. Tudo o que os dois falam está errado, é interpretado de uma maneira dúbia. E a publicação é feita com uma linguagem que procura confundir e induzir o leitor a pensar que os dois não prestam. E o Quércia? Por que este silêncio sobre ele?
Renato Pinheiro (Belo Horizonte, MG)

"A ombudsman fugiu um pouco da realidade ao acusar a Folha de partidarismo político. Se não estivesse tão apaixonada pelo outro candidato e suas idéias, teria conseguido ver que FHC teve muito menos espaço na Folha nos últimos seis meses que Lula é no espaço que lhe foi dedicado a crítica a sua aliança com o PFL foi quase sempre mais realçada que seu nome, suas idéias e sua candidatura. A Folha passa a impressão de ter uma Redação 80% petista e somente o editorial ser menos influenciado pela bandeira vermelha e a estrela branca. Se a Folha não fosse tão liberal, não permitiria que, num ano eleitoral, a ombudsman fosse uma pessoa tão apaixonada por um determinado candidato à Presidência."
Igor Cornelsen (São Paulo, SP)

Acidente de trabalho
"Como trabalhador aposentado, após muitos anos de dura labuta em pavilhões de montagem industrial de mecanismos de grande porte e depois de ter sofrido e testemunhado vários tipos de acidentes no trabalho, sinto-me ofendido com as declarações do sr. Enilson Simões de Moura (secretário-geral da Força Sindical), segundo quem `só burro sofre acidente de trabalho'."
Bento Coelho Marques de Abreu (São Paulo, SP)

Ética na economia
"A coluna de Luis Nassif de 02/06 aborda uma questão fundamental: a ética e os economistas. Concordo que muitos colegas carregam as tintas nos argumentos, às vezes com manipulação de dados –e, o que é ainda mais grave, para justificar `argumentos', geralmente de `perdas', nem sempre reais. Mas há, a meu ver, uma parcela representativa de contribuição da imprensa, ou melhor, de parte dela que tem-se revelado pouco analítica (uma das raras e honrosas exceções é Nassif) ou que nem mesmo se preocupa em apresentar um contraponto, quando da discussão de assunto polêmico."
Antônio Corrêa de Lacerda, professor do Departamento de Economia da PUC-SP e vice-presidente do Conselho Regional de Economia –Corecon-SP (São Paulo, SP)

Software pirata
"Sabe-se da grande pressão da Associação Brasileira de Fabricantes de Software contra a pirataria de programas de computador. Todos também sabem que isto é muito importante porque pode ferir a lei dos direitos autorais. Portanto, não se deve copiar software sem ter o cuidado de saber se se está ou não ferindo a lei de proteção intelectual. Agora pergunto: qual a vantagem de se comprar software oficial, que geralmente é muito caro, se os fabricantes estão agora cobrando pela consultoria para uma melhor utilização do produto?"
Waldir C. Sola (São Carlos, SP)

Privatismo
"A Folha vive propondo a participação privada em tudo: nos setores onde hoje atuam estatais, em setores de assistência social e agora também nas universidades públicas. Ora, por que o jornal não procura levar em conta o comportamento de quase todos os empresários desse país, que vivem do Estado e não aceitam a livre concorrência a não ser em seus discursos? O Estado é incompetente para administrar? E os empresários dos oligopólios? A privatização está se tornando algo messiânico para a Folha, que cada vez mais entra na onda do `moderno', de modo inconsequente."
Marcos Roberto Souza Brogna (Americana, SP)

Gestão Erundina
"Gostaria de protestar contra a nota `PS' da coluna de Gilberto Dimenstein (19/05) sobre o desperdício de toneladas de carne durante a gestão PT na Prefeitura de São Paulo. O referido colunista, jornalista respeitável e íntegro, fez uma crítica que considero maldosa, maliciosa e tendenciosa, principalmente por ter atingido a ex-prefeita Luiza Erundina, um exemplo de dignidade e honestidade. O sr. Gilberto não teve o cuidado de ouvir o secretário do Abastecimento na época, sr. Dallari, que detectou o problema na gestão Erundina, acionou o frigorífico na Justiça, estando o assunto sub-judice. As as providências foram tomadas e não houve dolo, má-fé ou falta de fiscalização da prefeitura."
Basilio Borysiuk (São Paulo, SP)

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