São Paulo, domingo, 12 de junho de 1994
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Alunos são nerds, diz líder brasileiro

MAURICIO STYCER
DO ENVIADO ESPECIAL

Presidente da BSA (Brazilian Students Association), a associação de estudantes brasileiros de Stanford, o paulista Felipe Baldassari Guardiano não vai assistir nenhuma partida da Copa.
Há hoje 33 brasileiros estudando em Stanford. Segundo Guardiano, 31, nenhum se forma hoje. A direção da universidade disse que, por lei, não poderia informar a nacionalidade de nenhum estudante.
Segundo o presidente da BSA, poucos brasileiros em Stanford se interessam por futebol. "Estudante de doutorado fanático por futebol é uma coisa paradoxal. Normalmente, ele é um `nerd' (um cdf, bobão)", disse.
Guardiano está concluindo sua tese de doutorado em geoestatística. Deve deixar a presidência da BSA no próximo semestre.
"Estou num trabalho de busca ao meu sucessor. Quando toco no assunto, o pessoal corre de mim."
O problema, segundo Guardiano, "é que a mulher do presidente é quem acaba fazendo o trabalho".
"Aconteceu comigo e com o presidente anterior. Vamos fazer feijoada. Quem vai cozinhar?", brinca o presidente da BSA.
Guardiano mora a 300 metros do estádio de Stanford. Diz que, quando os ingressos para a Copa foram colocados à venda, não se interessou em comprar porque tinha que adquirir de uma só vez um pacote de seis jogos.
Agora, quando pôde –e tentou– comprar ingressos só para os jogos do Brasil, não conseguiu. "A procura estava muito grande."
As principais atividades da BSA são a realização de um Carnaval (em maio), um churrasco de boas-vindas aos calouros brasileiros e uma feijoada. "Os novos alunos são uns bocós. Não estão nem aí para a BSA", reclama. (MSy)

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