São Paulo, domingo, 12 de junho de 1994
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O mercado comprador

ELY WERTHEIM
O mercado imobiliário na cidade de São Paulo apresenta nítidos sinais de que está comprador. Mais que sinais, fatos. Embora sob os efeitos de mais um plano de estabilização econômica, cujas consequências práticas da adoção de um novo padrão monetário –o real– ainda não podem ser avaliadas com absoluta certeza, o setor vem mantendo boa performance.
A partir de 1993, a comercialização de imóveis tem apresentado bons resultados. O índice de velocidade de vendas, apurado pela Pesquisa Secovi –que mede a evolução porcentual das unidades vendidas em relação a oferta–, comprova a assertiva. Os meses de fevereiro, março e abril apresentaram porcentuais de 8,1, 17,2 e 8,6, respectivamente, com média de 11,3% no trimestre, lembrando-se que a média histórica mensal é de 11% a 12%.
Esses números não aconteceram por acaso ou sorte, mas foram consequência do enorme esforço empreendido pelas empresas do setor que, de um dia para o outro, no Plano Collor, viram seus clientes desaparecer. Restaram duas alternativas: fechar as portas ou ir à luta. Pelos números de vendas, comprova-se que foram à luta.
Talvez este segmento tenha sido o que mais procurou se ajustar à nova realidade. E podemos citar as principais medidas adotadas:
1) desenvolvimento de projetos mais elaborados e racionais, com reflexos diretos na redução dos custos finais dos empreendimentos;
2) investimentos constantes e crescentes em programas de qualidade e produtividade, tanto em tempo quanto em recursos humanos e financeiros;
3) adoção de agressivas estratégias de marketing, envolvendo financiamentos diretos das empresas e outras formas criativas e funcionais de comercialização; e
4) realização de produtos mais competitivos e a preços condizentes com a capacidade dos compradores.
Temos de destacar, também, que imóvel é hoje uma importantíssima opção de investimento, atraindo diversos públicos.
E há vários outros fatos que justificam o atual momento do mercado. Mas, o mais importante para o comprador de imóveis é ter em mente que, mais do que nunca, as empresas do setor estão direcionando suas ações para uma finalidade específica: a satisfação do cliente duramente conquistado.
Para tanto, adaptaram e estão adaptando, permanentemente, todo o processo –do projeto à comercialização, incluindo o atendimento pós-venda– aos anseios da demanda. Enfim, trabalham criativamente para satisfazer ao sonho do imóvel próprio ou da rentabilidade mais desejada, através de competente planejamento estratégico.
Nesse sistema interativo, onde incorporadores e clientes formam um só corpo, as oportunidades de bons negócios são decorrências naturais. Mais que boas ofertas e bons produtos, o mercado hoje oferece boas parcerias. Daí os positivos resultados, apesar das incertezas da conjuntura política e econômica.

ELY WERTHEIM, 34, é presidente em exercício do Secovi-SP (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo).

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