São Paulo, segunda-feira, 13 de junho de 1994
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Dezoito são chacinados na periferia

ALESSANDRA BLANCO; DANIEL CASTRO; GABRIEL BASTOS JUNIOR
DA REPORTAGEM LOCAL

São Paulo registrou a maior chacina de sua história, fora os casos ocorridos no sistema prisional, na madrugada de ontem. Em Taboão da Serra (Grande São Paulo), 12 pessoas foram assassinadas numa mesma casa. Apenas um bebê sobreviveu.
O fim-de-semana violento já havia registrado a chacina de seis pessoas de uma mesma família no Itaim Paulista (zona leste). Uma mulher e duas crianças foram poupadas.
No total, foram 18 mortes em cerca de seis horas. Nos dois casos, os autores e os motivos dos crimes são desconhecidos. As vítimas foram obrigadas a deitar no chão e então foram executadas.
O crime em Taboão da Serra ocorreu por volta de 2h, em uma casa de quatro cômodos na rua Anunciata Ademaro Gentile, 71, no Jardim Santa Cruz.
Os outros mortos eram convidados de Dionísio e estariam fumando crack e maconha na casa, que pertencia a Terezinha Estevam. Segundo a polícia, a casa era local de consumo de drogas.
Segundo o Instituto Médico Legal de Taboão da Serra, todas as vítimas levaram mais de um tiro, a maioria na cabeça. A arma utilizada foi uma pistola automática 380.
Os crimes no Itaim Paulista ocorreram na rua Enseada de Itapacoróia, 327, por volta das 20h de sábado.
Leonildes Braga de Jesus, uma das sobreviventes, afirmou que o crime teria sido cometido por membros de uma família rival.
Ederaldo Campos Lima, suposto pivô da briga entre as famílias, sobreviveu à chacina. Ele está internado no Hospital Santa Marcelina, em Itaquera (zona leste).
(Alessandra Blanco, Daniel Castro e Gabriel Bastos Junior)

LEIA MAIS sobre as chacinas nas páginas 3-2 e 3-3.

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