São Paulo, segunda-feira, 13 de junho de 1994 |
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Onda estética revoluciona tratamentos dentários
JAIRO BOUER
Lâminas de porcelana, pequenas plásticas, restaurações com materiais de cor semelhante aos dentes e os "clareadores" fazem parte do novo arsenal dos dentistas. A especialidade cresce em todo mundo. Só nos Estados Unidos, 20 mil profissionais trabalham na área e movimentam anualmente cerca de US$ 8 bilhões. O maior problema é o custo do tratamento. Nos consultórios americanos, o preço de cada dente pode variar de US$ 600 a US$ 3.000. Marcelo Fonseca Pereira, presidente da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética, diz que o número de pessoas que querem ficar com "a boca mais bonita" está aumentando no país. Clarear os dentes é um dos principais objetivos. A nova cor é obtida com substâncias químicas. Peróxido de hidrogênio é usado no consultório. em casa, a pessoa dorme com uma cápsula dentária com peróxido de carbamida. As substâncias produzem uma leve desmineralização no esmalte (parte externa dos dentes) para tentar "limpar" as manchas. Ao contato com a saliva, o dente recupera sua composição natural. Esses produtos devem ser usados só por 20 ou 30 dias e sempre sob orientação do especialista. Os clareadores têm resultado estético superior ao polimento externo -feito hoje pela maioria dos dentistas- que usa substâncias abrasivas para limpar os dentes. O polimento não pode ser repetido com frequência pelo desgaste excessivo que produz no esmalte. Finas lâminas de porcelana (facetas laminadas) estão sendo usadas para corrigir a forma e a cor dos dentes. Elas são "cimentadas" de forma definitiva na parte frontal da arcada dentária. Segundo Pereira, quando a porcelana é colada de modo correto, ela tem resistência comparável às "jaquetas" (proteção em forma de dente postiço) tradicionais. As facetas conservam mais o tecido dentário. O desgaste em sua colocação (cerca de 0.5 mm) é menor que o necessário para a instalação de uma "jaqueta". As restaurações (tratamento feito no dente em caso de cárie) são outro ponto fundamental. Materiais como a resina e a porcelana têm cor semelhante ao dente natural e podem substituir o amálgama (mistura metálica que produz obturações acizentadas). Antônio Salazar Fonseca, diretor da escola de aperfeiçoamento profissional da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas, explica que o sucesso da odontologia estética depende muito da técnica. "Uma restauração estética pode ser tão resistente quanto o amálgama. O segredo está em como "colar" a resina. Os novos métodos exigem maior atualização e treinamento", disse Fonseca. Texto Anterior: Atriz fez 'reconstrução' da boca com plástica Próximo Texto: Pólio acaba no ano 2000; Proteína de mexilhão pode minimizar artrite; Exames previnem gravidez de risco Índice |
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