São Paulo, segunda-feira, 13 de junho de 1994
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Negociações começaram há 3 anos

DA REDAÇÃO

O diálogo com os palestinos é apenas uma parte das negociações de paz árabe-isralenses, iniciadas há quase três anos em Madri.
Nas outras frentes de conversações, Israel vive um impasse com Síria e Líbano, mas conseguiu, na semana passada, um avanço significativo com a Jordânia.
Os jordanianos aceitaram transferir as negociações bilaterais para o Oriente Médio e chegaram a um acordo para a construção de uma estrada até o Egito e sobre segurança na fronteira com Israel.
O governo da Jordânia foi reformulado, na última quarta-feira, para que o processo de paz tenha mais respaldo no Parlamento.
O certo é que a Jordânia não faria estas concessões a Israel sem o aval da Síria.
Diplomatas dos EUA dizem que o presidente sírio, Hafez al Assad, deu sinal verde para o diálogo, com a condição de que não se assine um acordo de paz em separado (sem os outros países árabes, como fez o Egito).
A paz com a Jordânia é dada como favas contadas.
Os dois países têm um acordo tácito de não-beligerância, que dá a Israel tranquilidade na fronteira leste e poupa à Jordânia problemas com a OLP (os palestinos são maioria da população e o rei Hussein teme um poder paralelo).
A paz com a Síria, no entanto, depende de concessões territoriais. Damasco exige de volta as colinas de Golã, conquistadas por Israel na guerra de 1967.
Israel aceita devolver, com garantias. A Síria diz que só estuda garantias após a devolução de terras. Mais do que isso, a Síria montou um esquema de influência no Oriente Médio em grande parte baseado no ódio a Israel.
É na Síria, por exemplo, que grupos palestinos contrários ao acordo de paz com Israel têm base.
Mas, como disse o vice-ministro da Defesa israelense, Mordechai Gur, os sírios não têm como equiparar sua força à de Israel e "se qualquer um deles pensa em parar o processo de paz deve saber o que terá de enfrentar".
Israel não usa apenas retórica. Nos últimos dias, foram atacadas bases de guerrilheiros xiitas no sul do Líbano, em represália por ataques ao norte de Israel.
As negociações com o Líbano, na prática um protetorado sírio com uma parte do território ocupado por Israel, seguem o que determinar o diálogo com Damasco.

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