São Paulo, quinta-feira, 16 de junho de 1994 |
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Camarões teve a preparação mais confusa das 24 seleções da Copa
ANDRÉ FONTENELLE
Em maio, o capitão da seleção, Stephen Tataw, fez um apelo desesperado ao presidente do país, Paul Biya, pedindo sua intervenção pessoal para resolver o problema de falta de dinheiro. Os jogadores tinham apenas um uniforme para treinar. Ficaram meses sem receber salários. Tiveram vários amistosos cancelados devido à luta pelo poder na federação. O país chegou a ser ameaçado de eliminação do Mundial. O governo tentou impedir, sem sucesso, a posse do novo presidente da federação de futebol do país, e recuou diante de pressões da Fifa. Os políticos se envolveram até na convocação feita pelo técnico francês Henri Michel. Pressões do governo levaram Michel a chamar o veterano Roger Milla, 42. Milla foi uma das atrações do último Mundial, mas está em má forma física e não se sabe se jogará na Copa. O presidente Biya se lembra, no entanto, de como sua popularidade aumentou após o sucesso de Camarões na Copa de 90. Na época, ele também exigiu a convocação do veterano jogador. Deu certo e Biya espera que funcione de novo. A preparação foi feita na França, no centro de treinamento de Clairefontaine, geralmente usado pela seleção francesa. O time camaronês chega aos EUA como uma incógnita. Pouco se esperava dele em 90 e eles foram a surpresa da Copa. Da forma como se prepararam, porém, caminham para um vexame. (AFt) Texto Anterior: Rússia joga desfalcada e técnico faz mistério Próximo Texto: Suécia muda a equipe que fracassou no Mundial de 90 Índice |
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