São Paulo, domingo, 19 de junho de 1994
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A classe média perde

DEMIAN FIOCCA

Em junho os preços devem subir mais que a URV. Para os setores de baixa renda, que não têm acesso aos bancos, haverá em julho um ganho compensatório, pois com a queda da inflação seus (poucos) reais desvalorizarão menos no bolso.
A classe média, que mantém poucos recursos em dinheiro, não terá essa compensação. Nem por isso, entretanto, deixará de sofrer o efeito dos "ajustes" que grandes empresas realizam em nome do plano, e em benefício próprio.
As grandes seguradoras deram um ilustrativo exemplo: aparentemente, fizeram um "acordo de cavalheiros" para subir e unificar os preços das apólices, que na média ficaram em US$ 500,00, contra valores de até US$ 250,00 há poucos dias. Quem não tinha compreendido o que significa "oligopólio", "cartel" e "distorção de preços", ficou esclarecido. Resta esclarecer, entretanto, como se usa a lei antitruste.
Aparentemente, o setor cogita ainda propor ao governo que os contratos em TR sejam transformados em reais e congelados. Como o preço dos automóveis provavelmente continua a subir, perde quem tiver seu carro roubado. Isso, a despeito do fato de que a TR continuará existindo após a troca de moedas e que, portanto, nada justifica sua substituição.

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