São Paulo, domingo, 19 de junho de 1994
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Solidão ilumina pontos fracos

PAULO COELHO
COLUNISTA DA FOLHA

Quando em me encontrava fazendo o caminho de Roma, um dos quatro caminhos sagrados de minha tradição mágica, me dei conta –depois de quase vinte dias praticamente sozinho– que estava muito pior do que quando havia começado. Com a solidão, eu comecei a ter sentimentos mesquinhos, amargos, pequenos.
Procurei a guia do caminho, e comentei o fato. Disse que, ao iniciar aquela peregrinação, achei que ia me aproximar mais de Deus. Entretanto –depois de tantos dias– estava me sentindo pior.
–"Você está melhor, não se preocupe", disse ela. "Na verdade, quando acendemos a luz de nossas almas, a primeira coisa que vemos são as teias de aranha e a poeira, nossos pontos fracos. Mas esta é a oportunidade de corrigí-los. Nunca deixe que a consciência das fraquezas lhe assuste".

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