São Paulo, domingo, 19 de junho de 1994
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Brasileiro prefere fruta fresca

SUZANA BARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Maior produtor e exportador de suco de laranja, o Brasil consome menos de 2% das 900 mil toneladas de suco fabricados por ano pela indústria nacional.
Ademerval Garcia, presidente da Abecitrus –associação que representa os exportadores de suco– afirma que esse baixo consumo é consequência do grande consumo de fruta fresca.
"O efeito surpresa do suco fresco atrai os brasileiros, que nunca sabem qual o sabor do suco que vão tomar", diz Garcia.
O suco congelado por sua vez, acrescenta Garcia, tem sempre o mesmo sabor, sem o risco (surpresa) de encontrar uma fruta mais doce ou azeda.
O preço é outro fator que dificulta o consumo do suco industrializado no país.
Na segunda-feira passada, a embalagem de um litro de suco concentrado, marca Lanjal, custava CR$ 13.060, enquanto a dúzia da laranja-pêra saía por Cr$ 1.500, no supermercado Extra (zona central da cidade).
"É preciso lembrar que incidem impostos sobre o suco industrializado, além dos custos de distribuição e refrigeração, enquanto a fruta fresca é isenta de taxações", diz Garcia.
Cláudio Barroso, 40, gerente comercial da Coinbra, que produz a marca Izzy, diz que o "privilégio" de ter fruta fresca durante todo o ano dificulta o aumento de consumo do suco industrializado.
"Mas há espaço para o consumo de suco pronto crescer no mercado interno", diz Artur Ribas da Costa, 27, gerente de produtos de suco da Parmalat.
Segundo Costa, preocupado com uma alimentação saudável e sem tempo para fazer constantemente sucos em casa, o brasileiro tem procurado os sucos prontos.
No mercado brasileiro, as principais marcas de suco industrializado são a Parmalat, que produz o suco fresco e o longa vida, a Citro-Fischer (sucos congelados com as marcas Lanjal e Seleta) e a Coinbra (Izzy).
Não há dados oficiais, segundo as empresas, sobre a participação de mercado de cada marca.

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