São Paulo, domingo, 19 de junho de 1994
Texto Anterior | Índice

Ombudsman e apartidarismo; Universidades paulistas; Revisão exclusiva; Gente estúpida; Copa do Mundo; Pito em Dallari; Paiva e a história; Volta de Carlos Gomes

Ombudsman e apartidarismo
"Salutar o questionamento Josias de Souza-ombudsman. Salutar porque o tema não é propriamente `nem Fernando nem Lula', mas, sim, `só Fernando e Lula'. É abominável o desrespeito da imprensa com os demais candidatos. Parece noticiário de segundo turno: só Fernando e Lula. Depois não venham querer isentar-se de ter gerado outro monstro, outro Fernandinho!"
Clecio Parreiras H. Gomes (Rio de Janeiro, RJ)

"É no mínimo `corporativista' a réplica feita nesta Folha por Josias de Souza e Paula Cesarino Costa na edição de domingo, 12/06. Em nome da imparcialidade desta Folha, os jornalistas defendem a postura do jornal, enunciando uma série de fatos acontecidos e noticiados com imparcialidade, mas se esquecem de enunciar a série de interpretações (estas sim criticadas com a autoridade da ombudsman)."
Roberto Alvares Magalhães (Belo Horizonte, MG)

Universidades paulistas
"O debate organizado pela Folha sob o título `Greve nas universidades estaduais paulistas', ocorrido no dia 26/05, somado à matéria sobre o assunto, publicada no dia 31/05, prestou um grande serviço à sociedade, pois, além de esclarecer muitos pontos, permitiu um conhecimento maior sobre a origem e a natureza das questões mais polêmicas. A Folha também ficou, através da gravação do debate, com um rico material que lhe permitiu continuar informando, com grande conhecimento de causa. Por esta razão, fomos surpreendidos pela matéria publicada pelo mesmo jornal no dia 14/06, intitulada `Greve na USP e na Unesp completa um mês hoje'. Os dois parágrafos finais do artigo contribuem para a desinformação. No penúltimo afirma a matéria que `Os reitores, quando encerraram as negociações, ofereciam 85%. Atualmente, o comprometimento do orçamento com salários está em 83%'. Sabe-se que o comprometimento de 83% do orçamento com salários foi calculado pelos sindicatos das três universidades, a partir de dados superestimados de arrecadação de ICMS. Em maio, CR$ 1,058 trilhão contra uma confirmação da Secretaria da Fazenda de CR$ 0,961 trilhão, e em junho, CR$ 1,545 trilhão contra a previsão da Secretaria de CR$ 1,289 trilhão, sobre a qual foram feitos os repasses às universidades no mesmo mês, para pagamento de seus compromissos com folha de pessoal e outras despesas. Além disso, os sindicatos trabalharam com moeda em valores nominais e lançando, como valores recebidos num mês, valores recebidos em meses posteriores, com poder aquisitivo totalmente corroído pela inflação. Quando se calcula o comprometimento com moeda em valores reais (deflacionados, para poder somar dinheiro com o mesmo poder aquisitivo), e com os dados de ICMS confirmados pela Secretaria da Fazenda, o índice de comprometimento no mês de junho, média das três universidades, é de 99,5%. Portanto, totalmente diverso da afirmativa contida no artigo, refletindo uma situação de dificuldades a ser enfrentada pelas universidades públicas do Estado de São Paulo, e isto com a política salarial adotada pelo Cruesp. O parágrafo de fecho da matéria transcreve, sem nenhum comentário ou análise, a afirmativa da Adusp, que se confirmada é no mínimo inconsequente, de que `a diferença de 1% no orçamento representa um aumento de cerca de 16% nos salários'. Na hipótese de um comprometimento de 85% com salários, o aumento de 1% no orçamento, se totalmente repassado para os mesmos, significa um aumento de 1,18% nos salários (1/85 = 0,0118)."
Flávio Abranches Pinheiro, assessor-chefe de Planejamento e Orçamento da Universidade Estadual Paulista –Unesp (São Paulo, SP)

Revisão exclusiva
"Presto minha homenagem a alguns jornalistas que sobrevivem da crítica e não da perfeição, e à maioria dos políticos pela mediocridade dos shows ora apresentados, mas principalmente às pessoas honestas, éticas e trabalhadoras que hão de construir a perfeição neste país. Por fim, gostaria de apoiar e contribuir com ação em conjunto entre jornalistas e políticos à realização de um ato de perfeição: a assembléia revisora exclusiva!"
Egídio Guerra de Freitas (Fortaleza, CE)

Gente estúpida
"A propósito do artigo sobre vampiros do competente `ecodeputado' Fabio Feldmann, na Folha de 14/06, que não sabe em que patologia se enquadram alguns setores empresariais, é bom lembrar que o poeta Gil já identificou o mal há algum tempo: `A usura dessa gente/ já virou um aleijão!/ gente estúpida! gente hipócrita!"
Sérgio Guimarães (Cuiabá, MT)

Copa do Mundo
"A mídia, sem dúvida, valoriza demasiadamente a Copa promovendo entrevistas, gincanas, oferecendo prêmios, promovendo concursos, deixando praticamente de lado assuntos primordiais relacionados com a atual situação do país. Nós, que trabalhamos, lutamos contra todas as dificuldades, que se apresentam diariamente, permaneceremos, sem dúvida, amando e torcendo com todo nosso vigor pela nossa seleção, porém temos a consciência de que não é por aí que resolveremos nossos problemas."
Alfredo Frajdenberg (Rio de Janeiro, RJ)

"O futebol brasileiro perdeu sua credibilidade gradativamente a partir daquela data fatídica em que displicentemente roubaram a `Taça Jules Rimet', taça esta que enfrentou guerras mundiais dentro e fora do campo."
Francisco de A. Genovese (Campinas, SP)

Pito em Dallari
"O editorialista da Folha se precipitou ao criticar o presidente Itamar Franco (`Itamar rides again', 10/06), pois eu acho também que o presidente errou ao repreender de modo incisivo e desabusado, como diz a Folha, o sr. Milton Dallari, assessor especial do Ministério da Fazenda. Mas ele errou exatamente por ter ficado só nesse pito público: o presidente Itamar deveria, ato contínuo, assinar a demissão do sr. Dallari."
Elisabeto Ribeiro Gonçalves (Belo Horizonte, MG)

Paiva e a história
"Marcelo Paiva narra de maneira muito interessante, na Ilustrada de 16/06, trecho de um período importante da nossa história. Cumprimento esse jornalista, cuja vida é um trecho imemorável desse mesmo período. Parabéns."
José Antonio Marques Almeida (Santos, SP)

Volta de Carlos Gomes
"Foi com grande prazer que ao folhear o último número da revista francesa `Opera' deparei-me com uma matéria que me fez elevar o orgulho nacional sob o título `O Guarani está de volta'. Ressurreição em Bonn. Sugiro que a Folha reproduza a mesma com destaque para que todos os brasileiros de memória curta reconheçam como os europeus o real valor de nosso mestre Carlos Gomes."
Luiz Carlos Guedes (São Paulo, SP)

Texto Anterior: Os intelectuais, a política e a sucessão
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.