São Paulo, domingo, 19 de junho de 1994
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Atuar no exterior requer cuidados especiais

NELSON ROCCO
DA REDAÇÃO

O mercado internacional está aberto para empresas de pequeno porte, mas para atuar fora do país é necessário uma série de cuidados.
Se o objetivo for encontrar um sócio ou representante comercial, deve-se ter preocupação com a idoneidade da pessoa ou da empresa.
Mauro Ávila, gerente de comércio exterior do Sebrae SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo), diz que é preciso ter informações sobre a vida bancária do parceiro, que podem ser obtidas junto aos bancos que atuam no comércio exterior.
Ter um certificado de patente internacional é fundamental para quem quer vender os produtos no exterior (leia texto ao lado).
Ávila conta que há empresas que "na boa fé, nomearam um representante comercial lá fora, que fez encomendas e desapareceu".
A Nutec S/A, produz programas de computador "prontos" (não são feitos sob encomenda) e vende entre 500 e 600 unidades por mês.
Segundo Marcelo Lacerda, presidente, uma parte dos programas é vendida nos EUA e países da América Latina através da subsidiária na Califórnia.
O faturamento da matriz previsto para este ano é de US$ 3 milhões, valor suficiente para comprar 1.200 computadores portáteis.
A abertura da Nutec Corporation consumiu investimentos de US$ 250 mil. Em 93, a filial faturou US$ 50 mil, mas Lacerda diz que a meta para este ano é chegar a US$ 200 mil.
Ele recomenda a empresários –que queiram seguir seu exemplo–, que acabem com o preconceito de que os países desenvolvidos são "contra" produtos brasileiros.
"Nos mercados desenvolvidos só existe uma verdade: qualidade e preço", afirma.
É necessário fazer um estudo aprofundado do segmento do produto no país escolhido e pesquisar as ofertas dos concorrentes.
A operação comercial deve ser estruturada da forma mais barata possível, diz Lacerda.
A Beltech fatura cerca de US$ 150 mil por mês com a venda de tapetes e carpetes belgas, fabricados pela Balta.
Para quem quiser se tornar um importador, Maurício de Macedo, dono da Beltech, afirma que é necessário "ter uma pessoa de confiança" no exterior.
"Deve-se procurar produtos que não estejam saturados no mercado brasileiro", afirma.
Macedo diz que estratégia importante é vender para depois comprar. Isso, segundo ele, para não ter que carregar estoques. (NR)

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