São Paulo, quinta-feira, 23 de junho de 1994
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Relatório da Anistia cita violência no Brasil

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

A Anistia Internacional acusou ontem o governo Clinton de continuar fornecendo armas e dinheiro para financiar atividades de segurança pública em países que violam os direitos humanos, entre eles o Brasil.
Segundo o relatório, intitulado "Direitos Humanos e Assistência Americana à Segurança" e divulgado ontem em Washington, o Brasil vai receber dos EUA em 1995 US$ 1 milhão para o combate ao tráfico de drogas, terrorismo e crime e US$ 100 mil para treinamento militar. Além disso, diz o documento, os EUA vão vender armas no valor de US$ 20 milhões ao Brasil no ano que vem.
O estudo diz que a Anistia tem diversas preocupações com o Brasil em termos de desrespeito aos direitos humanos: execuções extrajudiciais, tortura e maus tratos contra presos comuns, impunidade, prisões arbitrárias, violência rural e perseguição a indígenas.
A Anistia reconhece que "em alguns casos muito divulgados, como o massacre das crianças de rua na Candelária e o massacre dos ianomâmis, o governo federal respondeu depressa".
"Mas depois que a atenção pública nacional e internacional enfraqueceu, as autoridades falharam em dar prosseguimento às medidas", afirma o relatório.
Os 19 países que desrespeitam os direitos humanos e recebem assistência dos EUA, segundo a Anistia, são: Bolívia, Brasil, Chade, Indonésia, Quênia, Kuait, Malawi, Marrocos, Peru, Filipinas, Tailândia, Tunísia, Venezuela, Israel, Egito, Coréia do Sul, Turquia, Arábia Saudita e Colômbia.
Ontem, em Brasília, a assessoria da Presidência da República informou que só se manifestaria após a publicação da reportagem.

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