São Paulo, quinta-feira, 23 de junho de 1994
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PMDB, PDT e PPR devem ser poupados

TALES FARIA e GABRIELA WOLTHERS

TALES FARIA ; GABRIELA WOLTHERS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O candidato do PSDB à Presidência, Fernando Henrique Cardoso, disse ontem ao presidente Itamar Franco que não pretende mais "bater" nos candidatos Leonel Brizola (PDT), Orestes Quércia (PMDB) e Esperidião Amin (PPR).
Na avaliação das últimas pesquisas eleitorais que fez em encontros com o presidente ontem e anteontem, FHC disse que já dá como "certa" uma segunda colocação no primeiro turno das eleições.
FHC disse a Itamar que a "prioridade" agora é garantir que haja o segundo turno da disputa.
Para isso FHC quer evitar que o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, consiga no primeiro turno mais da metade dos votos válidos, que representam o total de votantes menos os votos em branco e nulos.
FHC teme que um eventual enfraquecimento de Quércia, Brizola ou Amin resulte na migração do eleitorado desses candidatos para seu adversário petista.
Foi justamente para evitar o crescimento de Lula que o tucano pediu a Itamar que fizesse mais uma tentativa para convencer o ex-presidente e atual senador José Sarney (PMDB-AP) a aderir à sua campanha.
Fernando Henrique que contar com o apoio sarneyzista ainda antes do lançamento da nova moeda, o real, em 1º de julho.
O embaixador do Brasil em Portugal, José Aparecido, transmitiu o apelo a Sarney durante um almoço na casa do ex-presidente.
Mas este adiou a decisão para quando voltar de sua viagem a Portugal.
Sarney foi nomeado por Itamar representante do Brasil na solenidade de criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, que ocorrerá em Lisboa no dia 28.
Ontem, Sarney se encontrou com Fernando Henrique Cardoso durante a votação do pedido de cassação do senador Ronaldo Aragão (PMDB-RO).
FHC pediu ao ex-presidente apoio na semana que antecede o lançamento do real "para evitar que o plano sofra alterações no Congresso".
Sarney respondeu: "Ajudarei no que for possível, assim que voltar de Portugal."
O comando da campanha tucana decidiu então guardar a eventual adesão do ex-presidente como uma cartada a ser utilizada no processo eleitoral após o lançamento do real na campanha.
"Não vou atormentar nenhuma liderança, não me cabe ficar insistindo", disse FHC.

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