São Paulo, quinta-feira, 23 de junho de 1994
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PARA ENTENDER O CASO

29 de março – Lúcia Chang, mãe de F.J.T.C, 4, e Cléa Parente de Carvalho, mãe de C.C., 4, acusam os donos da Escola de Educação Infantil Base, na Aclimação (zona sul de São Paulo), de abuso sexual contra seus filhos. A partir das denúncias, o delegado Edélcio Lemos, do 6º DP (Aclimação), abriu inquérito. São pedidos exames nas crianças ao IML (Instituto Médico Legal).

30 de março – Sócios-diretores da escola, entre eles Aparecida e Icushiro Shimada e Paula Alvarenga, negam as acusações. Exame do Instituto Médico Legal abria a possibilidade de que que F.J.T.C. pudesse ter sido estuprado. Mas o exame não é conclusivo –não comprovava tecnicamente que a violência tivesse ocorrido.

31 de março – A polícia suspeita que as crianças possam ter sido drogadas e novos exames, agora de sangue, são solicitados. Nenhum vestígio de droga é encontrado. A escola Base é apedrejada por moradores e pais de alunos.

1º de abril – A escola Base é depredada durante a madrugada por moradores da Aclimação. Outros pais de alunos compareceram à delegacia para prestar queixa contra a escola.

3 de abril – A escola é saqueada.

4 de abril – Icushiro Shimada, um dos donos da escola, diz que as acusações são fantasias de crianças.

5 de abril – Paula Alvarenga e Maria Aparecida Shimada (donas da escola), o perueiro Maurício Alvarenga (marido de Paula) e o comerciante Icushiro Shimada (marido de Aparecida) são acusados de retirar as crianças da Base e levá-las para um local em que ocorreriam orgias (filmadas e fotografadas). O delegado que investiga o caso, Edélcio Lemos, prende o casal Saulo e Mara Nunes, pais de R.F.N., 4, que estudava na escola Base. Eles haviam comparecido para prestar depoimento no 6º DP e também são acusados de participar de orgias com crianças. Com base no laudo do IML e nos depoimentos das mães e crianças, o delegado Lemos havia pedido a prisão temporária (prazo de 30 dias) dos suspeitos.

8 de abril – Saulo e Mara Nunes são libertados e anunciam que vão processar o Estado e o delegado Lemos por danos morais. Lemos é afastado do caso. O secretário de Segurança Pública, Odyr Porto, disse na época que não havia indícios que justificassem a prisão dos suspeitos.

12 de abril – Crianças visitam locais em que teriam ocorrido orgias, para efeito de reconhecimento. Nada é comprovado.

13 de abril a 16 de junho – O delegado Gerson Carvalho, da 1ª Delegacia Seccional, que havia assumido o caso, convoca os seis suspeitos a depor (apenas quatro haviam prestado depoimento anteriormente). Eles negaram as acusações. Carvalho pede novos exames ao IML. Psicóloga entrevista as crianças e prepara laudo sobre a possibilidade de ter havido abuso sexual.

17 de junho – A psicóloga Marylin Tatton, da 1ª Delegacia da Mulher de São Paulo, entrega laudo à polícia sobre entrevistas com quatro alunos da escola Base. O laudo nega a possibilidade de ter havido abuso sexual. Novos exames do IML também negam a possibilidade de ter ocorrido abuso.

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