São Paulo, quinta-feira, 23 de junho de 1994
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Classe de baixa renda compra mais com real

DA REPORTAGEM LOCAL

As classes de menor poder aquisitivo deverão contribuir para aumentar o faturamento do varejo no país se o plano de estabilização econômica der certo.
Esta é uma das conclusões do estudo "Impacto do Real no Varejo", realizado em conjunto pela Andersen Consulting e Provar (Programa de Administração de Varejo da USP).
Foram entrevistados nos últimos dois meses 29 executivos (20 diretores ou presidentes e nove gerentes) de magazines, supermercados e lojas de conveniência.
Segundo Roger Ingold, 36, sócio-diretor da Andersen Consulting, o consumidor de baixa renda –que não faz aplicações financeiras– deverá destinar parte de seu salário ao consumo de bens já que a inflação não deverá corroer tanto o dinheiro. "Algumas correntes falam em cerca de US$ 1 bilhão ao mês."
Vale ressaltar que o varejo fatura por ano cerca de US$ 45 bilhões por ano. As 29 empresas consultadas têm, juntas, um faturamento de US$ 6 bilhões.
O estudo mostra mais. Os empresários irão dar maior ênfase no lado comercial e operacional de seus negócios –e não ao financeiro, como ocorre hoje. Prevêem também redução de custos.
Espera-se uma grande queda da inflação. A média mensal deverá ser de 4,6% de julho a dezembro deste ano, 7,0% no primeiro semestre de 95 e 7,7% no segundo semestre.
O mercado vai se segmentar. Haverá maior espaço para o pequeno comércio, as lojas vão investir em automação e treinamento e devem subir os níveis de produtividade, eficiência e competitividade.
Entre as constatações está a que o mix de produtos vai aumentar moderadamente (56%) e significativamente (27%). Quanto a estoques, verificou-se que poderão crescer aqueles relativos a produtos não-alimentícios (71,1%).
A competitividade também deve crescer. 48% dos entrevistados responderam que o mercado brasileiro atrairá muito os competidores estrangeiros, enquanto que 50% afirmaram que atrairá moderadamente. Ingold disse que as redes Wall Mart e Key Mart foram as mais citadas.
Com a estabilização econômica, as diferenças de preços vão diminuir. Dos entrevistados, 44% responderam que as diferenças serão moderadamente significativas e 20%, pouco significativas.

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